Zelensky anuncia reunião com aliados europeus na próxima semana
- 30/12/2025
A reunião, prevista para 6 de janeiro, deverá ser precedida por um encontro na Ucrânia entre conselheiros de segurança dos aliados de Kyiv, acrescentou o líder ucraniano, na rede social X.
O encontro em solo ucraniano deverá acontecer no dia 3 de janeiro, detalhou Zelensky, que voltou a acusar Moscovo de falsidade sobre um alegado ataque ucraniano a uma residência do presidente russo, Vladimir Putin.
A próxima ronda de contactos tem como objetivo "rever todos os documentos, trabalhos preparatórios e pontos adicionais", segundo Zelensky, numa conferência de imprensa 'online', referindo-se à proposta de um entendimento para terminar o conflito no seu país, desencadeado pela invasão russa em fevereiro de 2022.
Após o encontro em França, "serão também realizadas reuniões consultivas a 7 de janeiro para ultimar os detalhes", antes do início dos preparativos para um outro encontro entre líderes europeus e norte-americanos, acrescentou.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou na segunda-feira uma reunião de aliados de Kiev em Paris, sem especificar uma data, "para finalizar os contributos concretos de cada parte".
Vários líderes europeus já conversaram na manhã de hoje sobre a situação na Ucrânia, anunciaram as respetivas equipas.
Entre os participantes estavam o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, embora não haja ainda detalhes sobre estes contactos.
Na conferência de imprensa de hoje, Volodymyr Zelensky afirmou que os seus aliados têm a oportunidade de verificar a falsidade da acusação de Moscovo sobre um alegado ataque com drones ucranianos a uma residência do Presidente russo.
"A nossa equipa de negociação contactou a equipa americana, examinaram os detalhes e descobrimos que é falsa. E, claro, os nossos parceiros também podem verificar, utilizando os seus recursos técnicos, que era falsa", argumentou.
Anteriormente, o Governo ucraniano já tinha declarado que Moscovo não tem provas para suportar a sua acusação sob o alegado ataque à residência de Putin, que levou a diplomacia russa a ameaçar com um endurecimento da sua posição nas negociações de paz.
Esta súbita tensão ocorre logo após declarações dos Estados Unidos e da Ucrânia a indicar progressos na busca de um entendimento.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriy Sybiga, realçou hoje que Moscovo "ainda não tinha apresentado qualquer prova plausível", um dia após dirigir as suas acusações a Kyiv.
"Ficámos desapontados e preocupados ao ver as declarações dos Emirados Árabes Unidos, da Índia e do Paquistão a expressarem as suas inquietações sobre um ataque que nunca aconteceu", continuou Sybiga.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse hoje estar "profundamente preocupado com as notícias" de um ataque contra a residência do presidente russo na região de Novgorod.
"Estas reações às alegações manipuladoras e infundadas da Rússia só servem a propaganda russa e encorajam Moscovo a cometer mais atrocidades e mentiras", acrescentou o chefe da diplomacia de Kiev, alertando que esta situação "mina o processo de paz construtivo que está em curso".
Moscovo acusou Kiev de atacar a residência de Vladimir Putin, altamente protegida em Valdai, entre Moscovo e São Petersburgo, com 91 drones na madrugada de domingo para segunda-feira.
A acusação ocorreu um dia depois de uma reunião na Florida entre o Presidente ucraniano e o homólogo norte-americano, Donald Trump, que está a pressionar para uma resolução do conflito.
Durante a sua conferência de imprensa diária de hoje, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não apresentou provas, afirmando que todos os drones foram abatidos e que o Ministério da Defesa russo deveria ser contactado em relação a quaisquer destroços.
"As consequências [deste ataque] resultarão num endurecimento da posição negocial da Federação Russa", indicou.
Numa primeira reação, Donald Trump expressou desagrado com as alegações russas.
"Não gosto. Não é bom", afirmou na noite de segunda-feira, a partir da sua residência em Mar-a-Lago, na Florida, referindo que não se tratava do momento certo para um ataque e que tinha sido informado por Vladimir Putin.
Estas acusações cruzadas lançaram dúvidas sobre a continuidade das negociações diplomáticas iniciadas em novembro para tentar pôr fim ao conflito.
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