Venezuelanos preocupados com presença de navios dos EUA nas Caraíbas

  • 29/10/2025

À Lusa, disseram ver a presença militar norte-americana em águas das Caraíbas, que Washington afirma ser uma operação de combate ao tráfico de droga, como uma ameaça à soberania da Venezuela e uma interferência nos assuntos internos do país para impulsionar uma mudança do regime do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

 

"Já passaram alguns meses desde o envio dos barcos e tudo indica que vão andar por lá durante longo tempo. O combate ao narcotráfico é apenas uma desculpa para impulsionar uma mudança e provocar constantemente o Governo, mas estamos preparados para resistir, defender a revolução e a soberania nacional", disse Luís Ángel Soto à Lusa.

O responsável da segurança numa empresa na capital venezuelana considerou que Caracas "não responde a provocações" de "aviões que se aproximam deliberadamente de águas venezuelanas", por exemplo.

Outra preocupação é o efeito desta operação norte-americana na economia venezuelana.

"Com o tempo, estas operações podem afetar a nossa economia e o turismo. O setor pesqueiro já está a sofrer o impacto da presença dos barcos norte-americanos. A Venezuela tem uma zona económica exclusiva marítima cuja atividade se reduziu, e inclusive há empresas de transporte marítimo de mercadorias e carga que suspenderam as atividades apesar de sermos um país importador e exportador", referiu Soto.

A contabilista Miryam Rivillo garantiu à Lusa que "ninguém quer uma invasão no país", porque "uma guerra, um conflito, acarretam sempre momentos difíceis e de violência. Não queremos isso, nem incidentes que justifiquem retaliações de um lado ou do outro".

Para Miryam, "é importante que os países combatam o narcotráfico, mas isso também não é uma coisa em que se consiga ter sucesso de um dia para o outro".

"A grande pergunta que temos é quanto tempo estarão esses barcos aí e como isso nos afetará. E também se depois de cumpridos esses objetivos, [o Presidente norte-americano] Donald Trump continuará a fazer pressão para que tenhamos um regime democrático, em que as liberdades e os direitos humanos sejam respeitados", acrescentou Rivillo.

O comerciante Javier Gómez considerou que a situação pode ter efeitos negativos sobre a economia local, que lembrou "ser difícil" há vários anos.

"Em qualquer momento começaremos a perceber os efeitos da presença dos barcos nas Caraíbas. Nós importamos muito do que consumimos e há constrangimentos no trânsito marítimo de mercadorias. Tememos que possa haver escassez de produtos e que os preços subam ainda mais", salientou.

Várias pessoas escusaram-se a falar com a Lusa, insistindo que apenas os políticos devem ser ouvidos.

Leia Também: China aumenta pressão após passagem de navios dos EUA e do Reino Unido

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2879137/venezuelanos-preocupados-com-presenca-de-navios-dos-eua-nas-caraibas#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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