Venezuela saúda ONU por condenar ataques dos EUA contra barcos de tráfico
- 01/11/2025
"Em nome do Presidente Nicolás Maduro, a Venezuela saúda que desde essa tribuna, tenha sido assumida a responsabilidade de condenar esta escalada belicista e agressões injustificadas, assim como a violação do direito internacional e as execuções extrajudiciais, tal como reconhecido por especialistas da ONU", afirmou o ministro venezuelano de Relações Exteriores numa mensagem na plataforma Telegram.
Yván Gil, começa a mensagem explicando que "o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou finalmente os ataques militares dos Estados Unidos nas Caraíbas, que resultaram na morte de mais de 60 pessoas".
"A Venezuela continuará instando todo o sistema das Nações Unidas a utilizar todas as capacidades que os povos do mundo lhe confiaram, com o objetivo de defender a paz e a soberania de todas as nações, especialmente em relação ao decreto da Zona de Paz para a região das caraíbas, declarado em 2014 pela Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC)", sublinha.
O alto-comissário para os Direitos Humanos da ONU, Volker Türk, afirmou hoje que os ataques militares norte-americanos contra barcos que alegadamente transportam drogas ilegais a partir da América do Sul são "inaceitáveis" e devem cessar.
"Mais de 60 pessoas terão sido mortas numa série contínua de ataques realizados pelas forças armadas dos Estados Unidos contra embarcações nas Caraíbas e no Pacífico desde o início de setembro, em circunstâncias que não encontram justificação no direito internacional", afirmou o alto-comissário.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, justificou os ataques aos barcos, nomeadamente ao largo da costa da Venezuela, como uma escalada necessária para conter o fluxo de droga para os Estados Unidos.
"Estes ataques -- e o seu crescente custo humano -- são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem cessar tais ataques e tomar todas as medidas necessárias para impedir a execução extrajudicial de pessoas a bordo destas embarcações, independentemente da conduta criminosa contra estas alegada", acrescentou.
Segundo Türk, os Estados Unidos "defendem que estas ações fazem parte de operações necessárias de combate à droga e ao terrorismo e constituem ações regidas pelo direito internacional humanitário".
"No entanto, combater o grave problema do tráfico ilícito de drogas através das fronteiras internacionais é -- como há muito foi acordado entre os Estados -- uma questão de aplicação da lei, regida pelos limites rigorosos ao uso da força letal estabelecidos pelo direito internacional dos direitos humanos", disse o responsável da ONU.
Segundo o alto-comissário, sob a lei internacional dos direitos humanos, "o uso intencional de força letal só é permitido como último recurso contra indivíduos que representem uma ameaça iminente à vida".
"Com base nas escassas informações divulgadas publicamente pelas autoridades norte-americanas, nenhum dos indivíduos nos barcos visados parecia representar uma ameaça iminente à vida de outras pessoas ou justificar o uso de força armada letal contra estes de acordo com o direito internacional", acrescentou.
Türk apelou a investigações rápidas, independentes e transparentes sobre estes ataques.
Leia Também: Venezuela quer retirar nacionalidade a opositor Yon Goicoechea














