Venezuela quer retirar nacionalidade a opositor Yon Goicoechea
- 31/10/2025
O Ministério explicou ter feiro este pedido devido ao "apelo público" de Goicochea para "solicitar e cooperar com forças estrangeiras para a invasão e ocupação militar da Venezuela", indicou em comunicado.
Esta decisão surgiu num contexto em que os Estados Unidos mantêm um destacamento naval e aéreo no mar das Caraíbas, alegadamente para combater o tráfico de droga, numa operação que Caracas considera uma tentativa de destituir o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
De igual modo, o líder da oposição apelou para a "perseguição e extermínio [de] funcionários das diferentes forças de segurança e da Força Armada Nacional Bolivariana", bem como para o "assassínio em massa de homens e mulheres venezuelanos que fazem parte dos movimentos e organizações do Poder Popular", acrescentou na mesma nota.
Na quinta-feira, Goicoechea publicou na rede social X que se fosse à Venezuela seria preso e garantiu que não lhe são concedidos documentos venezuelanos "há anos".
"O que é que me vão tirar, o meu sentimento, o facto de ter nascido na Venezuela? Não têm poder para isso, és um triste palhaço e logo um palhaço, triste e preso", escreveu no X, numa mensagem dirigida ao político Luis Ratti, que escreveu na mesma rede social que Goicoechea vai entrar formalmente numa lista por não ter "relação jurídica" como venezuelano.
Este é o segundo pedido de retirada de nacionalidade feito pelas autoridades da Venezuela.
Na passada sexta-feira, Maduro apresentou um recurso no TSJ para retirar a nacionalidade ao opositor Leopoldo López, acusando-o de apelar para uma "invasão militar", além de fazer "promoção permanente do bloqueio económico" e um "apelo ao assassínio em massa de venezuelanos em cumplicidade com governos estrangeiros e inimigos".
Esta informação foi divulgada no sábado pela vice-presidente executiva, Delcy Rodríguez, quando também anunciou que López, exilado em Madrid desde 2020, teria o passaporte cancelado imediatamente.
O pedido de Maduro surgiu depois de López ter dito que a negociação já não serve para conseguir uma mudança política na Venezuela e que vê a fórmula "na pressão" dos EUA.
López disse mesmo que apoia um ataque norte-americano em solo venezuelano para derrubar Maduro.
Na quarta-feira, o Presidente venezuelano disse ter pedido ao TSJ uma "consideração constitucional" para tirar a nacionalidade de "qualquer traidor" que "se junte a um exército estrangeiro imperialista para invadir" o país, o que ele acusou López de fazer.
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