Unidade ucraniana anuncia expulsão de tropas russas do centro de Pokrovsk
- 05/11/2025
"Os elementos do Regimento de Assalto 'Skelia' devolveram a bandeira ucraniana ao edifício da Câmara Municipal de Pokrovsk", escreveram os militares da unidade ucraniana numa mensagem publicada na rede social Telegram.
A alegada troca de bandeiras na sede da autarquia sugere que os combates continuam no centro desta cidade da região de Donetsk sob forte pressão militar das tropas russas, que há vários meses procuram o controlo da sua importância militar e logística.
Nos últimos dias, Moscovo e Kyiv têm divulgado avaliações diferentes da situação militar de Pokrovsk, que tinha cerca de 60 mil habitantes antes da guerra, iniciada com a invasão russa, em fevereiro de 2022.
O exército ucraniano já tinha negado hoje as alegações de Moscovo de que os seus soldados estavam cercados pelas tropas russas em Pokrovsk.
"A defesa da ligação de Pokrovsk-Myrnograd continua. Não há qualquer cerco às nossas unidades e divisões", afirmou o Estado-Maior ucraniano nas redes sociais.
Esta declaração surge após alegações da Rússia de que as suas tropas estão a "reforçar o cerco" da cidade.
O Ministério da Defesa de Moscovo afirmou na rede social Telegram que a situação das forças ucranianas está a "degradar-se rapidamente" em Pokrovsk e Kupyansk, outro centro logístico e ponto crítico, na região de Kharkiv.
O Presidente da Ucrânia visitou na terça-feira as posições das suas tropas na zona de Pokrovsk, onde admitiu que a situação era difícil, mas que as forças ucranianas estavam a resistir aos ataques.
Volodymyr Zelensky disse também que em Kupyansk restavam menos de 60 russos, o que levou o Ministério da Defesa russo a comentar hoje que "o chefe do regime de Kyiv perdeu completamente o contacto com a realidade".
O ministério alegou num comunicado que Zelensky estará a receber "relatórios falsos" do comandante das forças armadas, Oleksandr Syrskyi, o que o impedirá de ter informação operacional sobre a situação no terreno.
O ministério russo não excluiu a possibilidade de Zelensky estar consciente da situação e tentar "ocultar até ao último momento a verdade", tanto aos parceiros ocidentais como à população ucraniana.
Esta atitude terá como consequência "a morte de milhares de soldados ucranianos", advertiu o Ministério da Defesa de Moscovo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou em 26 de outubro o cerco das tropas ucranianas em Kupyansk e em alguns bairros de Pokrovsk.
Dias depois, dirigiu-se a Kyiv para exigir a rendição das suas tropas, tal como ocorreu em Mariupol, no sul da Ucrânia em maio de 2022, apenas três meses após o início da invasão russa, e onde milhares de soldados se entregaram após várias semanas de resistência.
No caso de Kupyansk, especialistas independentes concordam que as tropas ucranianas enfrentam sérias dificuldades.
A situação é diferente em Pokrovsk, onde os russos penetraram na cidade, mas a tentativa de estrangulamento da cidade tem cerca de cinco quilómetros de largura, o que significa que Kyiv ainda conserva opções e tempo para uma retirada.
Em 31 de outubro, a Rússia controlava 19,2% do território ucraniano, total ou parcialmente, incluindo 81% da região de Donetsk e quase toda a região vizinha de Lugansk, de acordo com dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW).
"Os recentes avanços russos em Pokrovsk são o culminar de uma campanha de 21 meses para tomar a cidade e de um esforço de cinco meses de interdição aérea no campo de batalha para degradar as capacidades defensivas ucranianas", comentou o instituto norte-americano, que monitoriza a evolução da guerra da Ucrânia, no seu último relatório diário.
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