UE condena testes nucleares da Rússia e rejeita comparações com anúncio de Trump
- 30/10/2025
"Este não é um passo na direção certa. A Rússia é um país em guerra, que conduz uma agressão ilegal, injustificada e não provocada contra a Ucrânia", disse a porta-voz da UE para os Assuntos Externos, Annita Hipper, em conferência de imprensa em Bruxelas.
A declaração da UE segue-se a um conjunto de manobras militares russas que incluíram o lançamento de um drone submarino movido a energia nuclear e de um míssil de cruzeiro com capacidade nuclear.
"Isto demonstra mais uma vez que, em vez de escolher a paz, Moscovo continua a intensificar o conflito através das suas ações e da sua retórica", argumentou Hipper.
Questionada sobre a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de acelerar os testes de armas nucleares em resposta às ações de Moscovo, a porta-voz da UE sublinhou que "as duas situações não são comparáveis".
"Há décadas que não vemos os Estados Unidos realizarem testes com munições reais das suas armas nucleares. Devemos ser rigorosos: não é a mesma coisa", explicou Hipper, acrescentando que "todos os signatários dos tratados internacionais de controlo de armamento devem cumprir os seus compromissos".
Em Moscovo, o Kremlin respondeu que a Rússia "agirá em conformidade" caso Washington concretize os testes anunciados, garantindo, no entanto, que os ensaios recentemente conduzidos "não violam nenhum tratado internacional".
Os testes ocorrem num momento de crescente tensão militar entre Moscovo e o Ocidente, com a Rússia a intensificar a retórica nuclear desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e os Estados Unidos a reforçarem o seu arsenal estratégico no Leste Europeu.
O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, que os Estados Unidos assinaram, mas não ratificaram, tem sido respeitado desde que foi adotado em 1996 por todos os países que possuem armas nucleares, à exceção da Coreia do Norte.
Além dos Estados Unidos, que não efetuam testes nucleares desde 1992, a China suspendeu os seus em 1996 e a Rússia fez o último em 1990, pouco antes da dissolução da União Soviética.
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