Trindade e Tobago prepara expulsão de imigrantes ilegais
- 29/10/2025
"Todos os imigrantes ilegais detidos" devem ser "mantidos no Centro de Detenção de Imigrantes até à sua expulsão (...), uma vez que está atualmente a ser ponderada a implementação de uma expulsão em massa de imigrantes ilegais", refere um documento governamental datado de 27 de outubro e assinado pelo ministro do Interior, consultado hoje pela agência France-Presse (AFP).
A primeira-ministra de Trindade e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, que apoia as políticas do Presidente norte-americano Donald Trump, emitiu inúmeras declarações contra os migrantes venezuelanos, que constituem a maior comunidade imigrante no país das Caraíbas.
Pouco menos de 40 mil venezuelanos vivem neste arquipélago, situado a apenas dez quilómetros da costa venezuelana.
A Assembleia Nacional da Venezuela (Parlamento) aprovou hoje a declaração da primeira-ministra de Trindade e Tobago como 'persona non grata', por adotar uma "postura bélica" ao permitir que os Estados Unidos conduzam exercícios militares na ilha, em plena mobilização naval no mar das Caraíbas que Caracas descreve como uma ameaça.
Já na segunda-feira Caracas tinha anunciado a suspensão dos contratos de gás com Trindade e Tobago.
As relações entre a Venezuela e o seu pequeno vizinho de língua inglesa deterioraram-se desde a tomada de posse de Kamla Persad-Bissessar, em maio de 2025, que apoia o envio de tropas norte-americanas para as Caraíbas e denuncia veementemente o Governo venezuelano.
Washington enviou sete navios de guerra para as Caraíbas e um para o Golfo do México, oficialmente no âmbito de uma operação contra o narcotráfico, visando particularmente a Venezuela e o seu Presidente, Nicolás Maduro.
Um desses navios, o USS Gravely, chegou a Port of Spain no domingo e aí permanecerá até quinta-feira para exercícios com as forças de Trindade e Tobago.
Desde o início de setembro que os Estados Unidos têm realizado ataques aéreos contra embarcações identificadas como pertencentes a narcotraficantes e rotuladas como "terroristas", principalmente em águas das Caraíbas, mas também no Pacífico. A sua legalidade é amplamente questionada pelos especialistas.
Catorze barcos foram atingidos, resultando na morte de pelo menos 57 pessoas, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados do governo norte-americano.
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