Tribunal turco condena a perpétua oito responsáveis por incêndio em hotel
- 31/10/2025
A decisão coube ao tribunal de Bolu, no norte da Turquia.
Segundo relataram os meios de comunicação turcos presentes no julgamento, entre os condenados estão o proprietário e o diretor do estabelecimento, cuja investigação feita revelou numerosas falhas no cumprimento das normas de segurança,
Um vice-presidente da câmara municipal de Bolu e o comandante dos bombeiros da cidade foram também condenados a prisão perpétua. O tribunal deverá pormenorizar as penas posteriormente.
No total, 32 pessoas foram julgadas, incluindo 20 em prisão preventiva, num processo acompanhado por familiares das vítimas, que exibiram as fotografias dos seus entes queridos à porta de um pavilhão desportivo requisitado para acolher as audiências.
A investigação revelou que o alarme de incêndio do Grand Kartal, um hotel de luxo na estância de esqui de Kartalkaya, não funcionou na noite da tragédia e que algumas das instalações de gás não cumpriam as normas de segurança.
"Tínhamos inspeções regulares", defendeu-se durante o julgamento o proprietário do Grand Kartal, Halit Ergül, condenado a prisão perpétua, que atribuiu a responsabilidade ao fornecedor de gás.
"Nem sequer autorizava fogo-de-artifício à frente do hotel durante os casamentos para evitar que as aves morressem", afirmou perante os juízes, segundo a agência de notícias privada DHA.
Sobreviventes e familiares das vítimas prestaram depoimento, muitos em lágrimas, relatando o incêndio que começou num restaurante do hotel pouco antes das 03:30 locais da madrugada de 21 de janeiro.
"Vou ao cemitério todas as manhãs. Nenhum psicólogo consegue aliviar uma dor destas", declarou terça-feira, em tribunal, Hilmi Altin, que perdeu a mulher e a filha de nove anos nessa noite, segundo relatos divulgados por vários meios de comunicação.
Famílias inteiras morreram no incêndio, cuja fachada carbonizada ocupou as primeiras páginas da imprensa internacional.
Outras 137 pessoas ficaram feridas.
O balanço particularmente pesado, com 78 mortos, entre os quais cerca de 30 crianças, provocou grande comoção e revolta pública, alimentada por acusações de negligência.
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