Tribunal russo condena crítico de Putin a seis anos de prisão
- 26/12/2025
Serguei Udaltsov, líder do movimento Frente de Esquerda, que se opõe a Putin e é militante do Partido Comunista, foi detido no ano passado.
Segundo o portal de notícias independente russo Mediazona, as acusações contra Udaltsov decorrem de um artigo que este publicou 'online' apoiando outro grupo de ativistas russos acusados de formar uma organização terrorista.
Esses ativistas foram condenados no início deste mês a penas que variam entre 16 e 22 anos de prisão.
Udaltsov rejeitou as acusações de que foi alvo, classificando-as como fabricadas, e hoje denunciou o veredicto como "vergonhoso", afirmando que vai iniciar uma greve de fome, noticiou o Mediazona.
De acordo com a sentença judicial, o ativista cumprirá a sua pena numa colónia penal de segurança máxima.
Udaltsov foi uma proeminente figura da oposição durante os protestos em massa de 2011-2012 na Rússia, desencadeados por relatos de fraude generalizada numas eleições legislativas.
Em fevereiro de 2012, participou numa reunião que o então Presidente, Dmitry Medvedev, realizou com várias figuras da oposição.
As autoridades russas intensificaram a repressão da dissidência e da liberdade de expressão depois de o Kremlin ter enviado tropas para a Ucrânia, tomando como alvos grupos de defesa dos direitos humanos, órgãos de comunicação social independentes, membros de organizações da sociedade civil, ativistas LGBTQ+ (Lésbicas, 'Gays', Bissexuais, Transgénero, 'Queer' e outros) e alguns grupos religiosos.
Centenas de pessoas foram detidas e milhares fugiram do país.
Em dezembro de 2023, um tribunal de Moscovo condenou Udaltsov a 40 horas de trabalho forçado por violar os procedimentos relacionados com a organização de um protesto, depois de ter sido detido na Praça Vermelha, onde tentou desfraldar uma bandeira com a imagem do ditador soviético Josef Estaline, segundo a agência de notícias estatal russa Tass.
Serguei Udaltsov já tinha sido detido em 2014 e condenado a quatro anos e meio de prisão por acusações relacionadas com o seu papel na organização, em 2012, de uma manifestação contra Putin, que se tornou violenta. Foi libertado em 2017.
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