Tribunal da ONU decreta libertação antecipada de criminoso de guerra
- 10/11/2025
Bruno Stojic, com 70 anos e que estava detido na Áustria, foi autorizado a regressar à Croácia. A juíza Graciela Gatti Santana teve em conta o seu bom comportamento na prisão e o facto de o condenado reconhecer a gravidade dos crimes e de não aparentar risco de reincidência.
"A gravidade dos crimes do sr. Stojic é elevada e, portanto, não justifica a concessão da liberdade condicional antecipada. Contudo, diversos fatores positivos corroboram sua libertação antecipada", afirmou.
Stojic foi condenado a 20 anos de prisão em 2013, juntamente com o ex-presidente croata da Bósnia, Jadranko Prlic, e outras quatro pessoas.
O antigo ministro responsável pela pasta da Defesa da Bósnia entregou-se às autoridades em abril de 2004, embora declarando-se inocente. O tempo efetivo de prisão estava previsto acabar em setembro de 2027.
Em 2013, durante o julgamento, o juíz Jean-Claude Antonetti afirmou que Stojic e os outros réus tinham como objetivo reunificar a Bósnia e a Croácia e, para tal, "mudar a composição étnica" das terras reivindicadas pelos croatas bósnios.
Segundo Antonetti, os arguidos conseguiram isso por meio da força, intimidação e terror, recorrendo a "prisões em maciças de muçulmanos bósnios, que foram assassinados, espancados, agredidos sexualmente, roubados e submetidos a outras atrocidades".
A guerra dos Balcãs, que devastou a Bósnia entre 1992 e 1995, opôs principalmente muçulmanos bósnios e sérvios bósnios, mas também muçulmanos bósnios e croatas bósnios.
Quase 200 mil pessoas foram mortas durante este último grande conflito militar na Europa antes da recente invasão russa da Ucrânia.
Em 1992, os croatas bósnios criaram o Conselho de Defesa Croata, que era ao mesmo tempo um exército e um governo. Em agosto de 1993, proclamaram a República de Herceg-Bosna, uma entidade territorial ilegal dentro da Bósnia.
O tribunal de Haia deu, agora, ordem a Stojic para "continuar, mesmo após a sua libertação antecipada, a refletir sobre sua conduta e responsabilidade e a considerar medidas concretas que pudesse tomar para facilitar o apaziguamento" das populações implicadas.
Leia Também: COP30: Países ricos devem financiar abandono do combustível fóssil no Sul Global














