Tragédia de Bondi: Funerais começam na quarta-feira. Quem são as vítimas?
- 16/12/2025
Os funerais de algumas das 15 vítimas mortais do tiroteio que ocorreu na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália, vão começar a ser realizados já amanhã, na quarta-feira. A informação foi avançada pela Chabad, a organização judaica global.
Um serviço religioso em homenagem ao rabino Eli Schlanger , de 41 anos, nascido na Grã-Bretanha, será realizado a meio da manhã, horário local, no Chabad de Bondi. A rua em redor estará fechada devido à grande quantidade de pessoas esperada, e o público poderá acompanhar a cerimónia de forma remota, segundo refere a BBC.
Mais tarde, é esperado que o funeral do rabino Yaakov Levitan decorra no Cemitério de Macquarie Park, no norte de Sydney. A organização refere que os detalhes dos funerais das restantes 13 vítimas serão partilhados consoante sejam conhecidos.
Quem são as vítimas do tiroteio?
Rabino Eli Schlanger
O rabino Eli Schlanger, de 41 anos, era pai de cinco filhos e organizou o evento "Hannukah à Beira-Mar" na praia de Bondi, que foi alvo dos ataques. O primo de Schlanger, o rabino Zalman Lewis, descreveu-o como "verdadeiramente incrível" numa publicação no Facebook.
Rabino Yaakov Levitan
O rabino Yaakov Levitan, de 39 anos, era o gerente do Chabad de Bondi, além de secretário do Beth Din de Sydney, que o Chabad descreve como um tribunal judaico.
Pai de quatro filhos e originário de Joanesburgo, África do Sul, Levitan foi descrito pelo Chabad como "um pilar vital, embora discreto, da infraestrutura judaica de Sydney".
Matilda
Matilda, de 10 anos, estava a comemorar o primeiro dia de Hanukkah com os pais, a irmã mais nova e amigos na praia de Bondi, quando os dois homens armados abriram fogo. Era uma "criança muito doce e feliz, com um lindo sorriso", segundo a tia revelou à CNN.
Matilda, 10 anos© Reprodução/ GoFundMe
Alex Kleytman
Alex Kleytman, de 87 anos, era um sobrevivente do Holocausto que morreu ao proteger a esposa Larisa dos tiros, de acordo com a organização judaica global Chabad. Natural da Ucrânia, Kleytman deixa a esposa, dois filhos e 11 netos.
Dan Elkayam
Dan Elkayam, de 27 anos, era um fã de futebol que jogava pela equipa da Premier League 1 do Rockdale Ilinden FC. O clube descreveu-o como "uma figura extremamente talentosa e popular" e disse que fará falta. Tinha nacionalidade francesa e tinha-se mudado recentemente para a Austrália, segundo seu perfil no LinkedIn.
Reuven Morrison
Reuven Morrison, de 62 anos, era empresário, filantropo e residente de longa data em Melbourne, revelou a Chabad.
Morrison era originário da antiga União Soviética e veio para a Austrália na década de 70 "em busca de um ambiente seguro, longe da perseguição que tinha sofrido", acrescentou a organização.
Peter Meagher
Peter Meagher, ex-detetive e membro de um clube de rugby, trabalhava como fotógrafo freelancer no evento de Hanukkah quando o ataque ocorreu.
Serviu na força policial durante quase 40 anos e aposentou-se como sargento detetive, de acordo com o Randwick Rugby Club, consultado pela CNN.
Tibor Weitzen
Tibor Weitzen, de 78 anos, é lembrado como um "avô querido" que "amava a vida". A neta disse à afiliada da CNN, 9News, que a família está "devastada" com a morte. "Honestamente, não tenho palavras", disse à emissora.
Marika Pogány
Marika Pogány, uma cidadã eslovaca de 82 anos, era uma amiga próxima da família da ex-presidente da Eslováquia, Zuzana Čaputová - tinham-se conhecido durante uma visita ao campo de concentração nazi de Auschwitz. "Apenas a mãe e o tio dela voltaram de Auschwitz. Nenhum outro membro dessa família proeminente de Rožňava sobreviveu. Sydney era um refúgio seguro para ela, longe do fascismo e do comunismo", referiu Čaputová em comunicado.
Boris e Sofia Gurman
Boris, de 69 anos, e Sofia Gurman, de 61, eram um casal judeu-russo que morava em Bondi, de acordo com a afiliada da CNN, 9News. Imagens captadas pela câmara de um carro, divulgadas na terça-feira, mostram o casal a tentar desarmar um dos suspeitos antes do início do ataque. Os Gurmans foram mortos a tiro no confronto, tornando-se as primeiras vítimas do massacre.
Boris e Sofia Gurman© Reprodução/ GoFundMe/ Gurman Family
Recorde-se que um tiroteio contra centenas de judeus reunidos numa praia australiana resultou na morte de pelo menos 15 pessoas e abalou o país, onde a violência armada é rara, levando o governo a decidir reforçar o controlo de armas.
O ataque aconteceu na madrugada de domingo e foi perpetrado por dois homens, um pai e um filho, constituindo o mais recente dos episódios antissemitas na Austrália.
Este é o episódio de violência armada mais letal da Austrália desde o massacre de Port Arthur e o pior atentado terrorista da história do país.
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