Tarifas? Trump admite "plano B" em caso de chumbo no Supremo

  • 07/11/2025

Durante uma audiência no Supremo Tribunal na quarta-feira, vários juízes expressaram dúvidas sobre a legalidade das taxas alfandegárias aplicadas por Trump, antes de decidirem formalmente.

 

Entre outros pontos, alegaram que esta é uma competência do Congresso e que aquelas taxas não deveriam servir para obter receitas, mas para regular o comércio internacional do país.

Questionado hoje sobre a audiência a propósito da sua política tarifária, Trump disse que a posição do governo "saiu-se muito bem" no Supremo. 

"Mas também acho que teremos de desenvolver um plano B (...) e veremos o que acontece", disse o presidente norte-americano.

Uma decisão contra as tarifas seria "devastadora para o nosso país", defendeu.

O Supremo Tribunal, com maioria conservadora, terá de determinar a autoridade do presidente e os limites do seu poder, já que a política tarifária dos EUA é da responsabilidade do Congresso.

O governo federal está determinado a impedir que a política tarifária seja declarada ilegal e estará a pressionar os nove juízes do Supremo Tribunal --- seis conservadores e três liberais --- para que decidam pela sua manutenção.

A decisão do Supremo pode ser conhecida em junho, se bem que se admita que dada a sua importância possa ser divulgada antes.

Em nome da reindustrialização e da redução do défice comercial norte-americano, Donald Trump anunciou em abril sobretaxas sobre produtos que entram nos EUA, que variam de 10% a 50%, dependendo da situação e do país em causa.

A ofensiva protecionista alimentada por tarifas gerou milhares de milhões de dólares em receitas.

Durante meses, Donald Trump descreveu as tarifas --- "uma das melhores palavras do dicionário", segundo afirmou --- como um canivete suíço que lhe permitiria reindustrializar o país, reduzir o crónico défice comercial, negociar em posição de força com outros países e, ao impor direitos aduaneiros sobre o México, o Canadá e a China, conter a crise do fentanil, um potente opióide que mata dezenas de milhares de norte-americanos por 'overdose' todos os anos.

Na audiência de quarta-feira, vários juízes manifestaram o seu ceticismo, referindo que a Lei de Emergência Económica Internacional (IEEPA), de 1977, invocada pelo governo para aplicar várias séries tarifárias desde abril passado, não menciona o poder de impor tarifas, mas apenas o poder de "regular as importações e exportações".

"A tributação é da competência do poder legislativo... as tarifas são impostos", afirmou a juíza liberal Sonia Sotomayor.

A IEEPA "é utilizada para impor tarifas independentemente do produto, do país de origem, escolhendo o valor e a duração", observou o presidente do Supremo, o juiz conservador John Roberts, acrescentando que o texto parecia conceder "grande autoridade" ao presidente.

Por sua vez, o juiz Samuel Alito, nomeado por um presidente republicano, perguntou: "Porque é que o Congresso permitiria ao presidente dos Estados Unidos impor uma quota, uma proibição, mas não uma tarifa?"

Neal Katyal, o advogado que representa um grupo de empresas e os 12 procuradores de estados governados por democratas que levaram o caso ao Supremo Tribunal, argumentou que o presidente não podia usurpar os poderes do Congresso para impor tarifas que afetam tanto as empresas como os consumidores do país.

"Estão a impor tarifas ao mundo inteiro em tempos de paz. E estão a fazê-lo concedendo a si próprios um poder que nunca nenhum presidente teve em toda a nossa história", disse.

Leia Também: Juiz ordena que Trump financie integralmente apoio alimentar em novembro

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2884226/tarifas-trump-admite-plano-b-em-caso-de-chumbo-no-supremo#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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