Suspeito de ataque na Austrália transferido do hospital para prisão
- 22/12/2025
Equipas policiais de vários departamentos "ajudaram o serviço correcional de Nova Gales do Sul na transferência de um recluso de 24 anos de um hospital em North Shore [Sydney] para uma prisão", anunciou a polícia, em comunicado.
As autoridades apresentaram 59 acusações contra o suspeito, identificado como Naveed Akram, incluindo 15 acusações de homicídio e uma de terrorismo, pelas quais enfrenta a pena máxima de prisão perpétua.
O ataque terrorista aconteceu no dia 14, cerca das 18:40 locais (07:40 em Lisboa), quando dois homens armados com espingardas dispararam tiros sobre uma multidão reunida para celebrar um evento da comunidade judaica num parque perto daquela praia, um dos destinos turísticos mais movimentados e populares do país.
Quinze pessoas --- incluindo um dos agressores, identificado como Sajid Akram, pai de Naveed --- morreram no local, e outras duas, uma menina de 10 anos e um homem de 40 anos, morreram posteriormente no hospital.
De acordo com um relatório preliminar da polícia, citado pela agência de notícias espanhola Efe, os atacantes lançaram quatro engenhos explosivos artesanais contra a multidão, que não detonaram.
Na sequência do ataque, o Governo australiano adotou uma série de reformas para reforçar o controlo de armas, dado que Sajid, de 50 anos, possuía licença para porte de arma, apesar de o seu filho, Naveed, ter sido investigado pelos serviços de informação por alegadas ligações a ideologias extremistas.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, pediu hoje desculpas à comunidade judaica pelo ataque, perpetrado durante o feriado do Hanukkah e ligado à ideologia do grupo terrorista Estado Islâmico.
"Sinto o peso da responsabilidade por uma atrocidade que aconteceu enquanto eu era primeiro-ministro... Lamento o que a comunidade judaica e a nossa nação como um todo sofreram", disse Albanese, numa conferência de imprensa.
O seu pedido de desculpas surge na sequência de críticas que acusam o seu Governo de não lidar adequadamente com o aumento dos ataques contra a comunidade judaica, que representa 0,4% da população australiana, que soma cerca de 26 milhões de pessoas.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas, em outubro de 2023, que o Governo australiano tem manifestado preocupação com as divisões criadas na sociedade australiana como resultado do conflito em Gaza.
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