Supremo israelita suspende temporariamente encerramento da rádio das IDF
- 29/12/2025
A decisão de Yitzhak Amit surge em resposta a um requerimento da Comissão de Trabalhadores do Exército israelita -- que será analisado pelo Supremo em conjunto com outros recursos contra a decisão do Governo -- e acompanha a recomendação da procuradora-geral Gali Baharav-Miara.
Na segunda-feira, o Conselho de Ministros israelita aprovou a proposta do ministro da Defesa, Israel Katz, para encerrar a Galei Tzahal, por considerar que a estação emite "conteúdos políticos e polarizadores incompatíveis com os valores das Forças de Defesa de Israel (IDF)".
"Uma estação de rádio militar sob a autoridade do Exército... existe na Coreia do Norte e talvez nalguns outros países, e certamente não queremos ser incluídos entre esses", afirmou, por sua vez, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, durante a reunião.
Já o Ministério Público argumentou hoje, em comunicado, que o encerramento da rádio poderia causar "danos irreparáveis" aos trabalhadores e ao direito do público à informação.
Refere ainda que a decisão governamental "carece de fundamentos legais sólidos" e pede a suspensão temporária do encerramento enquanto o Supremo Tribunal analisa o caso.
De acordo com a decisão do Supremo, a suspensão temporária do encerramento da rádio militar mantém-se até ser proferida uma decisão final, após constatar que o executivo não apresentou garantias de que se absteria de executar medidas irreversíveis durante o processo judicial.
Segundo os meios de comunicação israelitas, o ministro da Defesa ordenou ainda a suspensão imediata do recrutamento para a unidade responsável pela emissora (tanto de reservistas como de jovens a cumprir o serviço militar obrigatório), bem como da colocação de novos soldados nessa unidade.
Israel Katz anunciou a proposta a 12 de novembro, mas estaria a avaliar, desde agosto, o papel da emissora.
No dia seguinte, o Presidente de Israel, Isaac Herzog, manifestou-se contra a medida, considerando que "não se pode eliminar completamente uma ferramenta democrática fundamental: a radiodifusão pública".
"Corrigir, sim. Destruir, não. Encerrar um meio de comunicação, especialmente um meio público, não fecha apenas um canal, fecha uma janela para o público. Não devemos esquecer que, quando se silenciam vozes, perdemos não só uma frequência, mas também um diálogo", acrescentou.
Leia Também: Gaza diz que apenas recebe 41% da ajuda humanitária mas Israel contesta














