Sudão lidera lista global de crises humanitárias pelo 3.º ano consecutivo

  • 16/12/2025

O Comité Internacional de Resgate (IRC, na sigla inglesa) anunciou que o Sudão está no topo da sua lista anual de emergências, que inclui 20 países em risco de agravamento das crises humanitárias em 2026, apelando para o aumento do financiamento humanitário global, que diminuiu cerca de 50% este ano.

 

"A dimensão da crise no Sudão (...) é uma marca desta desordem", afirmou o presidente do IRC, David Miliband, instando à comunidade internacional para que tome medidas urgentes para impedir que 2026 se torne "o ano mais perigoso de sempre".

O Sudão mergulhou num conflito em abril de 2023, quando uma luta pelo poder entre os militares e o grupo paramilitar das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa) eclodiu, com assassínios e violações em massa generalizados, e violência motivada por questões étnicas, o que constitui crimes de guerra e crimes contra a humanidade, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) e grupos internacionais de direitos humanos.

Segundo dados da ONU, a guerra já matou mais de 40 mil pessoas, mas grupos humanitários afirmam que este número está subestimado e que o número real pode ser muito maior.

O conflito criou a maior crise humanitária do mundo, com mais de 14 milhões de pessoas deslocadas, surtos de doenças e fome a espalhar-se por partes do país.

Embora a lista de 20 países represente apenas 12% da população mundial, ela é responsável por 89% das pessoas necessitadas, com 117 milhões de deslocados, destacou o IRC.

O Sudão do Sul, que ocupa o terceiro lugar, a Etiópia e a República Democrática do Congo também estão incluídos na lista devido às condições humanitárias debilitantes.

O grupo estima que os países listados acolham mais de metade da população extremamente pobre do mundo até 2029, chamando às crises uma "Nova Desordem Mundial" que substitui "o sistema internacional pós-Segunda Guerra Mundial, outrora baseado em regras e direitos".

O IRC afirmou que muitos dos conflitos são motivados por lutas pelo poder e pelo lucro. No Sudão, as partes em conflito e os seus aliados internacionais estão a beneficiar do comércio do ouro, o que tem impactos devastadores sobre os civis.

"A lista de vigilância deste ano é um testemunho da miséria, mas também um aviso", disse Miliband.

O grupo apelou ainda a um conjunto de ações vinculativas em resposta às crises globais, incluindo a suspensão do poder de veto do Conselho de Segurança da ONU em casos de atrocidades em massa.

Leia Também: Dezenas de mortos, incluindo crianças, em ataques no Sudão

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2905308/sudao-lidera-lista-global-de-crises-humanitarias-pelo-3-ano-consecutivo#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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