Sérvia acusa ministro por alegada ilegalidade em projeto ligado a genro de Trump
- 15/12/2025
O polémico plano previa a demolição de um complexo que envolve um antigo quartel-general jugoslavo, bombardeado pela NATO em 1999 durante a guerra do Kosovo, e a construção de um hotel de luxo.
O processo foi suspenso em maio, após alegações de que o documento que permitiu retirar ao local a proteção patrimonial tinha sido falsificado.
O Ministério Público para o Combate ao Crime Organizado denuncia, em comunicado, que Selakovic e três funcionários - entre os quais o diretor interino do Instituto para a Proteção dos Monumentos Culturais, Goran Vasic, que admitiu ter falsificado o documento - foram indiciados por abuso de poder e falsificação, podendo ser condenados a penas até cinco anos de prisão.
Apesar da investigação, o Parlamento sérvio decidiu no mês passado acelerar o projeto, justificando urgência.
Manifestações em Belgrado contestaram a medida, evocando o valor simbólico do complexo militar como memorial dos bombardeamentos da NATO.
A Affinity Partners, empresa de Jared Kushner, assinou em 2024 um contrato de arrendamento de 99 anos com o Governo sérvio para revitalizar o local, cuja classificação como "bem cultural" fora entretanto revogada.
Kushner foi recebido várias vezes pelo Presidente Aleksandar Vucic, um defensor assumido do projeto.
Hoje, numa visita a Nis (sul), Vucic reiterou o apoio e declarou que assumia toda a responsabilidade política relacionada com o empreendimento.
"Não lhes vou dar a oportunidade de processar aqueles que não são culpados de nada. Eu sou culpado. Fui eu quem quis a modernização da Sérvia. Fui eu quem quis atrair um grande investidor", disse o chefe de Estado.
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