Senado aprova publicação dos arquivos de Epstein. Agora, segue para Trump
- 19/11/2025
O Senado também aprovou, esta terça-feira, por unanimidade, o projeto de lei que ordena ao Departamento de Justiça a divulgação de todos os ficheiros do caso de Jeffrey Epstein, que morreu em agosto de 2019.
A notícia, avançada pela imprensa internacional, refere que nenhum senador se opôs depois de o líder da minoria do Senado, o democrata Chuck Schumer, ter pedido a aprovação do projeto de lei.
"O meu pedido de unanimidade garante que o Senado aprovará imediatamente a Lei da Transparência dos ficheiros de Epstein, sem qualquer ação adicional assim que for enviado pela Câmara [dos Representantes]. Vamos aprovar o projeto de lei sem alterações, sem demoras", disse.
Note-se que os senadores utilizaram um procedimento especial para garantir que o projeto de lei fosse automaticamente considerado aprovado, sem debate ou emendas, assim que fosse enviado pela Câmara dos Representantes.
O processo de encaminhamento de um projeto de lei da Câmara dos Representantes para o Senado geralmente leva algumas horas e requer um processo de supervisão, mas o projeto avançou sem necessidade de votação.
Assim, o documento seguirá agora para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidirá se promulga ou não o projeto de lei. O republicano, note-se, poderia exercer o veto, ainda que sob enorme pressão para assinar.
No entanto, Donald Trump já afirmou que assinará a legislação, à qual se opôs durante muito tempo.
De recordar que, esta tarde, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei que ordena ao Departamento de Justiça a divulgação de todos os ficheiros do caso de Jeffrey Epstein com 427 votos a favor (em 428).
Apenas o congressista republicano Clay Higgins votou contra, justificando que "abandona os 250 anos do processo penal na América".
Em concreto, o projeto exige que o Departamento de Justiça - equivalente ao Ministério da Justiça - divulgue "todos os registos, documentos, comunicações e materiais de investigação não classificados na sua posse que se relacionem com a investigação e acusação de Jeffrey Epstein".
Antes da votação, o presidente norte-americano voltou a distanciar-se do criminoso sexual.
"Não tenho nada a ver com Jeffrey Epstein. Expulsei-o do meu clube há muitos anos porque achava que ele era um pervertido doente e, bem, eu estava certo", disse Donald Trump a jornalistas na Casa Branca ao receber o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.
De notar que o escândalo ganhou novo fôlego na semana passada depois da divulgação de 'e-mails' atribuídos a Epstein, nos quais o empresário afirma que Trump "sabia das raparigas" que sofreram abusos e que "passou várias horas" com uma das vítimas.
Mas, o que dizem os e-mails divulgados?
De acordo com os documentos revelados pelo Comité de Supervisão da Câmara dos Representantes, o nome do atual presidente dos Estados Unidos da América foi referido em e-mails trocados entre Jeffrey Epstein, acusado de crimes sexuais, e uma pessoa próxima do círculo de Trump.
"Os democratas da Comissão de Supervisão receberam novos e-mails do espólio de Jeffrey Epstein que levantam sérias questões sobre Donald Trump e o seu conhecimento dos crimes horríveis de Epstein", partilharam os democratas nas redes sociais.
Num e-mail enviado a Michael Wolff, por exemplo, Epstein escreveu: "É claro que ele sabia sobre as raparigas, pois pediu a Ghislaine para parar".
Já recentemente surgiram novos detalhes acerca dos e-mails de Jeffrey Epstein onde surge novamente o nome de Donald Trump. Num dos e-mails recentemente divulgados, o magnata norte-americano afirmou que o atual presidente dos Estados Unidos era "perigoso", descrevendo-o como a pior pessoa que conheceu.
Recorde-se que Jeffrey Epstein, figura influente da alta sociedade nova-iorquina e próxima de políticos e empresários, foi encontrado morto na prisão em 2019, antes do início do seu segundo julgamento.
Em 2008, Epstein enfrentou acusações relacionadas com o abuso sexual de menores no estado da Florida, mas chegou a um polémico acordo secreto com o Ministério Público que lhe permitiu declarar-se culpado de solicitação de prostituição e cumprir 13 meses de prisão.
Onze anos depois, foi acusado em Nova Iorque de acusações federais de tráfico sexual de menores e conspiração, mas morreu na prisão antes de ser julgado.
A morte foi oficialmente classificada como suicídio, mas continua a alimentar teorias da conspiração sobre uma eventual eliminação de Epstein para silenciar testemunhos comprometedores.
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