"Sei que me amas". As mensagens e o encontro de Wandelt com os McCann

  • 29/10/2025

O julgamento de Julia Wandelt, a polaca que disse ser Madeleine McCann, prosseguiu, esta terça-feira, no Tribunal de Leicester. A jovem de 24 anos está acusada de perseguição à família McCann.

 

Conta a Sky News que, no segundo dia de interrogatório, após ser questionada pela sua defesa, Julia Wandelt revelou que foi até casa da família McCann, no dia 7 de dezembro de 2024, onde tentou falar com Kate e Gerry.

"Eu disse 'Kate'. Ela virou-se e começou a chorar. Eu comecei a chorar", disse Julia na audiência, acrescentando que Kate "começou a chorar imediatamente" e que a jovem ficou "muito chateada" porque "planeava dizer outras coisas, mas não disse nada".

"Eu disse: 'Gostaria de falar contigo. Podemos conversar durante dois minutos?' e ela respondeu que não. Disse que chamaria a polícia e eu referi que a polícia não me incomodava. Acho que disse que, se ela quisesse, podia chamar as autoridades", contou.

Atrás de Julia, a assistir, estava Karen Spragg, de 61 anos, que, durante aquele encontro, disse a Kate: "Não queres encontrar a tua filha?". Kate terá respondido: "Sim, mas não preciso disto".

Posteriormente, chegou Gerry McCann e Julia terá tentado dar-lhe um teste de ADN e, antes de entrar em casa, o homem afirmou: "Julia, precisas de ajuda".

Durante a audiência em tribunal foram ainda lidas várias mensagens e ouvidas mensagens de voz deixadas por Julia a Kate McCann. Numa dela, a jovem polaca referiu que "a possibilidade de ser Madeleine era maior" do que a potencial perturbação que isso poderia causar à família.

Numa outra mensagem, Wandelt descreveu uma alegada memória de infância antes de Maddie desaparecer. Disse ainda que não pretendia causar qualquer sofrimento aos pais da menina de três anos.

"Por favor, não penses que a Madeleine está morta. Esta é uma oportunidade. Não te custa nada falar comigo", ouviu-se numa outra mensagem.

E acrescentou: "Eu sei que amavas a Madeleine. Eu sei que me amas".

Questionada sobre o porquê das repetidas tentativas de contacto, a polaca alegou que as autoridades estava a falhar com a família McCann e com ela também, explicando que estava a tentar ajudá-los.

Ao longo da audiência, Julia Wandelt repetiu várias vezes que "não era mentirosa, nem estava à procura de atenção".

Wandelt revela o "grande fator" que a levou a crer que era Maddie McCann

No primeiro dia de julgamento, Julia Wandelt, questionada pelo seu advogado, começou por explicar quando e porque é que começaram a surgir as dúvidas quanto à sua própria identidade.

"Quando eu era adolescente, comecei a fazer terapia, devido a níveis extremos de automutilação", confessou a jovem de 24 anos. Foi nesta altura que as dúvidas começaram a surgir.

"A minha mãe tem cabelo e olhos castanhos. O meu pai tem cabelo escuro, agora grisalho, mas era escuro, e olhos castanhos também", disse Wandelt, que tem cabelo e olhos claros e cujas memórias, segundo a própria, só começam a partir dos oito, nove anos.

Wandelt revela o

Wandelt revela o "grande fator" que a levou a crer que era Maddie McCann

No seu primeiro depoimento em tribunal, Julia Wandelt frisou as diferenças físicas que tem de ambos os seus pais, dizendo que ambos se recusavam a mostrar-lhe fotos de infância, o certificado de nascimento e a fazer um teste de ADN.

Carolina Pereira Soares | 22:03 - 27/10/2025

Recorde-se que, no âmbito deste julgamento, foi feito um teste a comparar o ADN de Wandelt com o dos pais de Maddie, tendo ficado provado que não havia qualquer relação familiar entre as duas partes.

"Poderíamos ficar tentados a pensar que isto tem alguma credibilidade. Mas, nesta fase inicial do julgamento, podemos deixar claro que Julia Wandelt não é Madeleine McCann", referiu o procurador Michael Duck KC.

Foi, neste momento, ao ouvir as palavras de Duck, que a polaca começou a chorar, levantou-se e tentou sair por uma porta que dava acesso às celas. A jovem foi consolada pela amiga Karen Spragg, de 61 anos, que é também acusada de ajudar Wandelt a perseguir os McCann.

"Não é Maddie McCann". Julia Wandelt desaba em lágrimas em tribunal

A polaca Julia Wandelt, que alega ser Madeleine McCann, está a ser julgada por perseguição à família McCann. A jovem foi descrita como sendo uma manipuladora emocional que lançou uma "campanha emocional" à família britânica.

Notícias ao Minuto | 23:17 - 06/10/2025

Durante o julgamento, foi revelado que Wandelt já se havia feito passar por outras duas crianças desaparecidas - uma menina alemã, que nasceu oito anos antes de Julia, e uma norte-americana cuja avó foi julgada pelo seu assassinato.

A jovem polaca terá usado ainda o ChatGPT para criar fotos falsas, que depois enviou para a irmã mais nova de Maddie e onde alegadamente surgiam ambas quando eram mais novas. O procurador descreveu as mensagens enviadas a Amelie McCann como "manipulação emocional".

Irmãos de Madeleine McCann ouvidos em tribunal:

Irmãos de Madeleine McCann ouvidos em tribunal: "Foi perturbador"

Amelie e Sean McCann foram ouvidos, esta quinta-feira, em tribunal, uma vez que decorre o julgamento de Julia Wandelt que, durante os últimos anos, tem alegado ser Madeleine McCann. A polaca está detida desde fevereiro e é acusada de perseguição à família McCann.

Maria Gouveia | 22:41 - 09/10/2025

Julia Wandel declarou-se inocente da acusação de perseguição à família McCann em abril deste ano.

A jovem polaca foi detida no aeroporto de Bristol, no Reino Unido, em fevereiro, e foi acusada de quatro crimes de perseguição, tais como, fazer chamadas telefónicas, deixar mensagens de voicemail e enviar cartas e mensagens por WhatsApp aos pais de Maddie, Kate e Gerry McCann.

Leia Também: Amiga de casal McCann contactada por Julia Wandelt: "Senti-me zangada"

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2878698/sei-que-me-amas-as-mensagens-e-o-encontro-de-wandelt-com-os-mccann#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Anunciantes