Quase 1.600 pessoas fugiram de Muidumbe em poucos dias

  • 19/11/2025

De acordo com o mais recente relatório do terreno daquela agência das Nações Unidas, desde 13 de novembro que o distrito assiste a "uma presença significativa de grupos armados não estatais", provocando "deslocamentos devido à insegurança e ao medo de novos ataques nas áreas circundantes".

 

As equipas de campo da Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM) registaram, segundo o relatório da OIM, a chegada de 1.593 pessoas, em 490 famílias, a três centros de reassentamento mais próximos de Muidumbe.

"Mulheres e crianças representam a maioria dos recém-chegados", respetivamente 411 e 923, e as "necessidades humanitárias imediatas incluem assistência alimentar, abrigo e itens não alimentares", acrescenta.

O último ataque conhecido em Muidumbe aconteceu no passado sábado, em que pelo menos uma pessoa morreu e outra ficou ferida após a incursão de supostos rebeldes em Nampanha, a 25 quilómetros da sede daquele distrito, relataram à Lusa fontes locais.

O ataque ocorreu às 22:00 (20:00 de Lisboa), quando o grupo entrou na comunidade a disparar, levando a população a refugiar-se nas matas de Muidumbe nos dias seguintes, enquanto outra parte da comunidade seguiu para Mueda, distrito considerado seguro.

Além de Nampanha, as comunidades de Namande, Namacule e Muambula, próximas da aldeia atacada, também abandonaram a região por medo de novas incursões.

Um levantamento da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, na sigla em inglês), noticiado anteriormente pela Lusa, estima que a província moçambicana de Cabo Delgado registou 11 eventos violentos entre 27 de outubro e 09 de novembro, essencialmente envolvendo elementos ligados ao movimento extremista Estado Islâmico, provocando dez mortos entre civis.

De acordo com o mais recente relatório da ACLED, dos 2.251 eventos violentos registados desde outubro de 2017, quando começou a insurgência armada em Cabo Delgado, um total de 2.077 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).

Estes ataques provocaram 6.316 mortos em pouco mais de oito anos, refere-se no novo balanço, incluindo as dez vítimas reportadas nestas duas semanas, entre outubro e novembro.

A primeira-ministra moçambicana, Benvinda Levi, reconheceu na semana passada a "persistência de ações terroristas" como um dos principais desafios do país, mas apontou uma "estabilização" no terreno, que tem permitido o "regresso gradual" das populações às zonas de origem.

"Um dos principais desafios que o nosso país regista de momento é a persistência de ações terroristas em alguns distritos de Cabo Delgado, onde estes têm estado a recorrer, entre outros 'modos operandi', a ataques esporádicos e dispersão em pequenos grupos", reconheceu, ao intervir no parlamento para prestar informações aos deputados.

Leia Também: Moçambique cria instituições para reformar setor de abastecimento de água

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2890640/quase-1600-pessoas-fugiram-de-muidumbe-em-poucos-dias#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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