Protestos "não deverão impedir" novo mandato da Presidente da Tanzânia

  • 30/10/2025

"A agitação social, embora seja improvável que afete a vitória esperada da Presidente, Samia Suluhu Hassan, reflete o crescente cansaço do público com o sistema político restritivo da Tanzânia", escrevem os analistas da Oxford Economics.

 

Num comentário ao processo eleitoral e às manifestações que se têm registado desde as eleições de quarta-feira, esta consultora britânica afirma que "a resposta severa das forças de segurança é motivada pela paranoia do Governo e pela determinação em negar qualquer abertura à oposição, influenciada em parte pelas recentes tendências regionais, em que os partidos no poder sofreram reveses eleitorais, na Namíbia e na África do Sul, ou no Botsuana, onde foram mesmo destituídos do poder", lê-se no comentário enviado aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.

Na frente económica, a Oxford Economics lembra que o xelim permaneceu relativamente estável nos últimos dias, apesar da depreciação de 0,8% na semana passada, face ao mês anterior.

"Em resposta, o Banco da Tanzânia interveio no mercado cambial, vendendo 15 milhões de dólares (quase 13 milhões de euros) através do Mercado Cambial Interbancário para estabilizar a moeda e garantir a liquidez, particularmente na véspera das eleições", salientam os analistas.

Centenas de manifestantes saíram hoje às ruas para um segundo dia de protestos na Tanzânia, após uma eleição contestada, motivando um corte na internet, um recolher obrigatório e a presença de militares nas ruas.

O partido no poder desde a independência em 1961, Chama Cha Mapinduzi, ou CCM, procurou prolongar o seu mandato nas eleições de quarta-feira, com os candidatos presidenciais dos dois principais partidos da oposição impedidos de concorrer.

A Presidente em exercício, Samia Suluhu Hassan, enfrentou 16 outros candidatos de partidos menores que mal fizeram campanha, escreve a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

O órgão eleitoral anunciou, através da televisão estatal, que a Presidente obteve 96,99% dos votos em oito dos 272 círculos eleitorais apurados.

Os legisladores do Parlamento Europeu afirmaram numa declaração que as eleições na Tanzânia "não foram nem livres nem justas" e exortaram os parceiros democráticos a "permanecerem firmes na defesa da democracia e dos direitos humanos".

A participação nas eleições de quarta-feira foi baixa e o caos instalou-se à tarde, quando manifestantes incendiaram um autocarro e um posto de gasolina, atacaram esquadras de polícia e vandalizaram centros eleitorais.

Duas pessoas, um civil e um polícia, morreram nos protestos de quarta-feira, de acordo com a Amnistia Internacional.

Leia Também: Tanzânia com eleições gerais na quarta (sob clima de medo e repressão)

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2879740/protestos-nao-deverao-impedir-novo-mandato-da-presidente-da-tanzania#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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