Professora baleada por aluno de 6 anos: "Pensei que tinha morrido"
- 31/10/2025
Abigail Zwerner, a professora norte-americana que foi baleada por um aluno de seis anos, no estado norte-americano da Virgínia, afirmou perante um júri que achou que "tinha morrido" ou que estava a "caminho do céu" na sequência do incidente.
A agora ex-professora, de 27 anos, ficou gravemente ferida após ser atingida a tiro por um aluno de seis anos, na Escola Primária de Richneck, em Newport News, no dia 6 de janeiro de 2023.
"Pensei que estava a morrer, pensei que já tinha morrido", disse ao júri, citada pela NBC News. "Pensei que estava a caminho do céu ou no céu. Mas depois tudo ficou escuro."
A bala disparada pela criança atravessou a mão de Zwerner antes de a atingir no peito, onde se mantém até hoje. Segundo explicou um médico, seria muito mais perigoso remover a bala do que deixá-la lá.
Em tribunal, a mulher explicou que tem dificuldades com tarefas físicas básicas e deu como exemplo um almoço que teve com o seu advogado, no qual não conseguiu abrir um pacote de batatas fritas.
"Acabei por lhe pedir para abrir, aconteceu o mesmo com as garrafas de água", desabafou, frisando que as cicatrizes físicas e psicológicas do ataque ainda não recentes e dolorosas, apesar de já terem passado quase três anos.
Abigail Zwerner testemunhou no âmbito de um processo em que pede uma indemnização de 40 milhões de dólares (cerca de 37 milhões de euros) aos administradores escolares, acusando-os de negligência.
Segundo Zwerner, o ataque teria sido evitado se a ex-vice-diretora da escola, Ebony Parker, tivesse agido perante os claros sinais de que o menino representava uma ameaça.
Anteriormente, uma professora da escola primária revelou que tinha informado a vice-diretora sobre a arma três vezes, depois de os alunos a terem alertado para o facto de o menino ter uma arma na mochila.
Outra professora testemunhou que também partilhou informações semelhantes com Parker depois de um aluno diferente a ter alertado sobre a arma.
Durante o interrogatório de quinta-feira, o advogado de Parker afirmou que a própria vítima poderia ou deveria ter tomado medidas contra o menino armado. Zwerner defendeu que outra professora lhe disse que iria denunciar o caso e, por isso, sentiu-se segura ao saber que um superior estava ciente da ameaça.
"Não [tomei mais nenhuma atitude], honestamente, não pensei duas vezes", disse. "Compreendi que a administração também não pensaria duas vezes quando fosse alertada para uma possível arma na escola."
Mãe do menino foi condenada a 21 meses de prisão por negligência
A mãe do menino, Deja Taylor, foi condenada em 2023 a 21 meses de prisão por negligência e uso indevido de arma de fogo, depois de ter admitido que o filho teve acesso à arma sem supervisão adequada.
A mulher declarou-se culpada e assumiu que tinha a arma em casa sem mecanismos de bloqueio.
As autoridades confirmaram que o menino, devido à sua idade, não foi acusado criminalmente, mas está sob acompanhamento psicológico e fora do sistema escolar desde o incidente.
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