Polícia da Austrália diz que autores de ataque antissemita agiram sozinhos
- 30/12/2025
"Acredita-se que estes indivíduos agiram sozinhos", disse a comissária da Polícia Federal Australiana, Krissy Barrett, aos jornalistas.
"Não há provas que sugiram que estes suspeitos faziam parte de uma célula terrorista maior ou que foram instruídos por terceiros para realizar este ataque", acrescentou.
Em 14 de dezembro, Sajid Akram, 50 anos, um indiano que entrou na Austrália com um visto em 1998, e o filho Naveed Akram, nascido no país há 24 anos, abriram fogo sobre os participantes na festa judaica de Hanukkah na praia de Bondi, nos arredores de Sydney.
Os dois suspeitos viajaram para o sul das Filipinas nas semanas que antecederam o massacre, viagem que alimentou suspeitas de possíveis ligações a extremistas, numa região conhecida por várias insurgências islâmicas.
Barrett garantiu que a polícia continuará a investigar os motivos da estadia em Davao, onde as imagens das câmaras de segurança mostram que mal saíram do hotel durante esse período.
"Quero deixar claro. Não estou a insinuar que eles estavam ali em turismo", esclareceu.
A polícia acredita que a dupla planeou meticulosamente o ataque durante meses e divulgou imagens do pai e filho a treinarem com armas de fogo no interior da Austrália.
Segundo a polícia, os dois homens gravaram também um vídeo em outubro a denunciar 'sionistas', sentados em frente a uma bandeira do grupo terrorista Estado Islâmico.
Depois de anunciar que pretende endurecer a legislação australiana contra o extremismo, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou na sexta-feira um programa de recompra de armas de fogo em circulação.
Albanese afirmou que "não há razão para que uma pessoa que vive nos subúrbios de Sydney precise de tantas armas de fogo", numa referência às seis armas legalmente possuídas por Sajid Akram.
A iniciativa do Governo federal configura a maior recompra de armas desde 1996, quando a Austrália endureceu a regulamentação sobre armas de fogo na sequência de tiroteio que causou 35 mortes em Port Arthur.
Na segunda-feira, as famílias das vítimas do ataque pediram ao primeiro-ministro que estabeleça uma comissão federal para investigar o "rápido aumento do antissemitismo" na Austrália.
Na carta, 17 famílias instaram Albanese a "estabelecer imediatamente uma comissão" e a examinar as "falhas na aplicação da lei, nos serviços de inteligência e nas políticas públicas que levaram ao massacre".
Na Austrália, as comissões federais são os órgãos de inquérito público de mais alto nível.
As famílias argumentaram que o aumento do antissemitismo constitui uma "crise nacional" e uma "ameaça persistente".















