Petro acusa EUA de "crime de guerra" após ataque a lanchas
- 29/10/2025
"O que o senhor secretário de Guerra está a fazer é um crime de guerra", escreveu Gustavo Petro na rede social X, onde partilhou a publicação de Hegseth, que anunciava que unidades militares norte-americanas atacaram na segunda-feira quatro embarcações "em águas internacionais", frente às costas da Colômbia.
O chefe de estado colombiano contrapôs essa ação a uma operação internacional recente, em que participou a Marinha colombiana, e que resultou na apreensão de quase oito toneladas de cocaína perto da Europa. "Não matámos ninguém", sublinhou Petro.
Numa outra publicação, o Presidente da Colômbia afirmou que os Estados Unidos "exercem fortes pressões sobre os países das Caraíbas para que não participem" na cimeira da Comunidade de Estados Latino-americanos e das Caraíbas (CELAC) e a União Europeia (UE), que organizará na cidade de Santa Marta nos próximos dias 09 e 10 de novembro. "Matam a liberdade", concluiu Petro.
Horas antes, o chefe de Estado da Colômbia já tinha classificado de "assassínios" os novos ataques das forças militares norte-americanas contra supostos "narcoterroristas", que desde setembro já provocaram cerca de sessenta mortos, sob o pretexto de combater o tráfico de drogas.
"São assassínios. Quebram os tratados internacionais de direitos humanos. Não se pode fazer uso desproporcionado da força, as baixas transformam-se em assassínios", afirmou Petro esta manhã.
O ataque da última segunda-feira é o décimo primeiro reportado desde que o Governo de Donald Trump lançou em setembro uma ofensiva contra o narcotráfico, primeiro nas Caraíbas e depois no Pacífico, com destacamento de forças militares para aquela região.
O episódio aprofunda as tensões entre Washington e os governos da Colômbia e da Venezuela, cujos líderes Trump acusou de promoverem o narcotráfico.
Na semana passada, os Estados Unidos incluíram na lista do Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC), conhecida como 'Lista Clinton', o próprio Petro, a sua esposa Verónica Alcocer, o seu filho Nicolás Petro e ainda o ministro do Interior, Armando Benedetti, por alegados vínculos com o narcotráfico.
Em setembro, o Pentágono retirou a Colômbia - considerada o maior produtor mundial de cocaína - da lista de países que colaboraram na luta contra o narcotráfico durante o último ano.
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