Paraguai adota "medidas preventivas extraordinárias" na fronteira com Brasil
- 30/10/2025
O Conselho de Defesa Nacional (Codena) do Paraguai afirmou que o Comando Tripartido, localizado na zona conhecida como a tríplice fronteira entre a Argentina, o Brasil e o Paraguai, emitiu um alerta sobre a "possível entrada de membros" do grupo de crime organizado Comando Vermelho "no território dos países vizinhos".
O Codena é liderado pelo Presidente paraguaio, Santiago Peña, e composto pelos ministérios da Defesa, dos Negócios Estrangeiros e do Interior, bem como por autoridades militares e de inteligência.
Foram ordenados o "reforço dos controlos de imigração e de trânsito transfronteiriço", o "aumento do patrulhamento e monitorização nas zonas fronteiriças para prevenir qualquer entrada irregular no país" e a "intensificação coordenada das operações de inteligência e vigilância estratégica".
De acordo com um comunicado, "foram ordenadas ações nacionais conjuntas e comunicação permanente com as autoridades da República Argentina e da República Federativa do Brasil para garantir uma resposta coordenada e eficaz".
Ficou ainda acordado "comunicar imediatamente às autoridades competentes qualquer informação relevante sobre qualquer evento ou indício relacionado" com o alerta emitido.
O ministro do Interior do Paraguai já tinha anunciado o reforço do policiamento e dos controlos de imigração em várias cidades fronteiriças com o Brasil.
Enrique Riera declarou à Rádio Ñandutí que receberam "um alerta" do Comando Tripartido para coordenarem ações conjuntas.
"A ideia é reforçar todas as esquadras de polícia em todos os departamentos que estão ligados à fronteira brasileira", explicou o ministro, que referiu que a prioridade são as regiões de Amambay (norte), Canindeyú (nordeste) e Alto Paraná (leste).
Riera acrescentou que as atividades do comando militar também serão reforçadas e que haverá um reforço dos controlos da imigração.
Uma megaoperação policial realizada na terça-feira contra o Comando Vermelho nos complexos de favelas da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, causou pelo menos 121 mortes.
Os confrontos estenderam-se a uma área de mata nos morros que rodeiam esses bairros, onde vivem cerca de 200 mil pessoas.
Durante a operação foram detidos 113 suspeitos e dez adolescentes ficaram sob custódia policial, tendo ainda sido apreendidas 119 armas, 14 engenhos explosivos e toneladas de droga.
Membros da organização criminosa utilizaram armas de fogo de alto calibre e até 'drones' com bombas para enfrentar a polícia e bloquearam, na terça-feira, várias importantes vias no Rio de Janeiro, paralisando parcialmente a cidade.
Os dados da Polícia são inferiores aos apresentados pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que referiu que 132 pessoas foram mortas, depois de moradores dos bairros afetados terem estado à procura de familiares desaparecidos e começado a reunir e expor dezenas de corpos numa praça.
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