Paquistão anuncia fracasso das negociações para cessar-fogo

  • 29/10/2025

Esta segunda ronda de negociações em Istambul, mediada pelo Qatar e pela Turquia, tinha como objetivo garantir uma paz duradoura, mas "as conversações não conseguiram fornecer uma solução viável", declarou o ministro da Informação paquistanês, Attaullah Tarar, na rede social X.

 

"Lamentavelmente, o lado afegão não ofereceu qualquer garantia, evitou consistentemente o cerne do problema e recorreu a recriminações, táticas de protelação e outras formas de manipulação", lamentou Tarar.

O Afeganistão ainda não comentou estas declarações e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia também não respondeu aos contactos da agência de notícias AFP.

O conflito entre os dois países, de proporções invulgares, começou há duas semanas com confrontos que mataram dezenas de pessoas, incluindo civis, antes de um cessar-fogo ser mediado pelo Qatar.

"O Paquistão pode utilizar apenas uma fração do seu arsenal para aniquilar completamente o regime talibã e enviá-lo de volta para se esconder nas suas grutas", afirmou hoje no X o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Asif, depois de já ter ameaçado o seu vizinho com "guerra aberta" caso as negociações fracassassem.

"O regime talibã está a empurrar cegamente o Afeganistão para um novo conflito, a fim de manter o poder que roubou e sustentar a economia de guerra que o alimenta", referiu Asif, afirmando que, se os líderes talibãs estão "determinados a prejudicar o Afeganistão e o seu povo inocente mais uma vez, que assim seja".

Já o porta-voz do Ministério do Interior talibã, Abdul Mateen Qani, afirmou na terça-feira que, se não fosse alcançado algum acordo, qualquer ataque seria recebido com uma "resposta decisiva que servirá de lição para o Paquistão e de mensagem para outros".

"Certamente, não possuímos armas nucleares [ao contrário do Paquistão], mas, em vinte anos de guerra, nem a NATO nem os Estados Unidos conseguiram subjugar o Afeganistão", disse o porta-voz dos talibãs - que assumiram o poder em agosto do 2021 após a saída das forças norte-americanas do país - ao meio de comunicação social afegão Ariana.

A fronteira entre os dois países, principal palco desta violência, está encerrada, permitindo a passagem apenas dos afegãos expulsos do Paquistão.

Islamabad, que enfrenta um ressurgimento de ataques contra as suas forças de segurança, afirmou que espera "medidas credíveis e decisivas" do seu vizinho durante estas discussões para garantir que não albergará mais grupos "terroristas" anti-paquistaneses, particularmente o grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP -- talibãs paquistaneses).

Cabul nega veementemente esta acusação e transfere a responsabilidade para Islamabad, afirmando que o Paquistão apoia grupos "terroristas", incluindo o braço regional do Estado Islâmico (EI).

As autoridades talibãs descreveram as exigências paquistanesas como "despropositadas e inaceitáveis". Esta escalada entre os dois vizinhos matou 50 civis afegãos numa semana, informou a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) à agência de notícias AFP.

O exército paquistanês, por sua vez, reportou a morte de 23 dos seus soldados.

À margem da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) na Malásia, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ofereceu-se para colocar um fim às hostilidades "muito rapidamente".

Leia Também: Fracassam negociações entre Paquistão e Afeganistão para cessar-fogo

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2878953/paquistao-anuncia-fracasso-das-negociacoes-para-cessar-fogo#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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