Papa pede europeus a defender raízes judaico-cristãos
- 10/12/2025
"O objetivo de proteger o património religioso deste continente, no entanto, não é simplesmente salvaguardar os direitos das comunidades cristãs, nem se trata primordialmente de preservar costumes ou tradições sociais particulares, que, em todo caso, variam de lugar para lugar e ao longo da História. É, acima de tudo, um reconhecimento dos factos", disse o chefe da Igreja Católica.
Citou "alguns dos importantes avanços da civilização ocidental, especialmente os tesouros culturais das suas magníficas catedrais, arte e música sublimes e o progresso científico, bem como o crescimento e a expansão das universidades".
Para Leão XIV, "os ricos princípios éticos e padrões de pensamento que constituem a herança intelectual da Europa cristã (...) são fundamentais para responder aos desafios impostos pelas pobreza, exclusão social e privação económica, assim como à atual crise climática, à violência e à guerra".
O líder católico lamentou ainda declarações recentes do presidente norte-americano, Donald Trump, por poderem pôr em causa a Aliança Atlântica, defendendo ainda que é irrealista pensar que se pode conseguir a Paz entre Rússia e Ucrânia sem o contributo europeu.
Em entrevista ao portal Politico, Trump, classificou de fracos os atuais líderes europeus e o documento estratégico sobre segurança nacional dos Estados Unidos da América, publicado na passada semana, apontava para o perigo de "extinção civilizacional" da Europa, caso se mantenham as "tendências atuais".
"Penso que há declarações sobre a Europa, também em entrevistas recentes, cuja intenção é dividir aquilo que acho que é preciso que seja uma importante aliança hoje e no futuro. Acredito que o papel da Europa é muito importante e que a união dos países europeus é muito significativa", afirmou o papa.
No prefácio do referido documento, Trump resumiu: "pomos a América em primeiro lugar em tudo o que fazemos".
"É mais do que plausível que, em poucas décadas, no máximo, os membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla inglesa) se tornem predominantemente não europeus", escreveu, acrescentando que "é legítimo questionar se eles perceberão seu lugar no Mundo ou sua aliança com os EUA, da mesma forma que aqueles que assinaram a carta da organização".
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