Países islâmicos discutem na segunda-feira plano de paz para Gaza
- 31/10/2025
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, disse que o encontro vai decorrer em Istambul, com a presença dos países que se reuniram anteriormente com o Presidente norte-americano, Donald Trump, em Nova Iorque, para avaliar os progressos no enclave palestiniano e aqueles que podem ser alcançados numa próxima fase.
Segundo o ministério turco, são esperadas as participações dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, Qatar, Jordânia, Paquistão, Indonésia, Arábia Saudita e Egito, embora ainda sem confirmação.
Todos estes países estiveram reunidos com Trump em 23 de setembro, em Nova Iorque, à margem da Assembleia-geral da ONU.
"Um plano de paz surgiu, oferecendo um vislumbre de esperança para todos", disse Hakan Fidan, em conferência de imprensa, ao lado do homólogo estónio, Margus Tsahkna.
Nessa medida, Fidan elencou as questões que se colocam agora às partes envolvidas em relação ao plano de paz: "Quais são os obstáculos à aplicação? Que desafios precisam ser ultrapassados? Quais são os próximos passos? O que discutiremos com os nossos amigos ocidentais? E qual o apoio existente para as negociações em curso com os Estados Unidos?"
Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia de Ancara acusou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de "procurar um pretexto para violar o cessar-fogo e reacender o genocídio diante dos olhos do mundo".
Estas críticas surgiram depois de Israel ter realizado bombardeamentos na Faixa de Gaza na terça-feira, alegando que o Hamas violou a trégua. De acordo com as autoridades locais, controladas pelo movimento islamita, mais de 100 pessoas morreram nos bombardeamentos.
Hakan Fidan destacou que o seu ministério "está a trabalhar intensamente" na busca de uma solução para o conflito e que o exército turco "está também a discutir uma possível contribuição para uma força internacional" para monitorizar o cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, apesar da oposição de Israel.
A Turquia enviou já 81 socorristas para auxiliar as autoridades palestinianas na busca de corpos por recuperar, incluindo os reféns israelitas ainda mantidos na Faixa de Gaza, mas a equipa continua retidos com o equipamento em Rafah, na fronteira entre o enclave e o Egito, aguardando permissão de Israel para entrar.
Nos primeiros dias do cessar-fogo, o Hamas entregou os últimos 20 reféns vivos que mantinha no enclave palestiniano, mas desde então apenas 17 dos 28 que estavam mortos, alegando dificuldades em encontrar os corpos entre os escombros do território devastado por mais de dois anos de conflito.
Em troca dos reféns, Israel libertou quase dois mil presos palestinianos e entregou 225 corpos.
A primeira fase do acordo, impulsionado pelos Estados Unidos e negociado ao longo de vários dias com a mediação de outros países (Egito, Qatar e Turquia), inclui a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.
A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que causou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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