Países Baixos distribuem guia para catástrofes como apagões ou ataques
- 18/11/2025
As autoridades dos Países Baixos vão distribuir a partir da próxima semana um guia com instruções para que os cidadãos saibam como agir nas primeiras 72 horas após uma crise grave, anunciou hoje o executivo interino.
O documento, intitulado "Prepara-te para uma situação de emergência", tem 33 páginas e será distribuído entre 25 de novembro e 10 de janeiro. Segundo o Governo, a iniciativa pretende reforçar a preparação da população num país considerado "muito vulnerável" a cenários extremos como catástrofes naturais, ciberataques, apagões e um eventual conflito armado.
O folheto informativo reúne conselhos práticos para que os cidadãos possam ser autónomos nos primeiros dias após uma catástrofe, período em que as autoridades não conseguem chegar de imediato a toda a população.
A medida surge num contexto de maior alerta dentro da NATO, após o secretário-geral, Mark Rutte, ter apelado no ano passado para que os europeus se "preparem mentalmente para a guerra", face à ameaça russa, aviso ao qual o Governo neerlandês associou outros riscos, como pandemias ou falhas na infraestrutura digital.
Entre os cenários descritos estão ataques informáticos que deixem o país sem eletricidade, impossibilidade de contactar familiares, supermercados vazios, estações de serviço fechadas e dúvidas quanto ao acesso a água potável.
O ministro interino da Defesa, Ruben Brekelmans, sublinhou que o objetivo "não é gerar medo", mas aumentar a resiliência da sociedade.
"Se as pessoas pensarem antecipadamente nas primeiras 72 horas, sentem-se mais seguras e ficam mais bem preparadas", afirmou.
O guia recomenda a preparação de um kit de emergência com cópias de documentos de identificação, um mapa do bairro, alimentos não perecíveis, água, um rádio a pilhas e um apito para alertar equipas de socorro.
Sugere ainda às famílias planear quem irá buscar as crianças à escola se as comunicações falharem, como apoiar vizinhos com mobilidade reduzida ou que medidas tomar caso o transporte público seja interrompido.
Brekelmans admitiu que, num desastre de grande escala, "nenhum Governo pode ajudar porta a porta", lembrando que o exército neerlandês poderá ter de afetar mais recursos à Europa de Leste nos próximos anos, o que aumenta a necessidade de maior autonomia da população.
Uma sociedade preparada, acrescentou, também funciona como elemento dissuasor: "Se um adversário souber que um ataque não nos desestabiliza, deixa de fazer sentido tentá-lo".
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