ONU exige libertação "incondicional" de ativistas presos na Venezuela

  • 16/12/2025

"Exorto à libertação incondicional de todas as pessoas detidas arbitrariamente pelo seu compromisso cívico - nomeadamente Rocio San Miguel, Javier Tarazona, Carlos Julio Rojas, Eduardo Torres e Kennedy Tejeda -, das suas famílias e de quatro adolescentes que permanecem detidos após as eleições de 2024", declarou Volker Türk, num discurso perante o Comité dos Direitos Humanos em Genebra, Suíça.

 

Os distúrbios que se seguiram às eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, em que Nicolás Maduro foi declarado reeleito para um terceiro mandato, apesar das acusações de fraude da oposição e de vários países, resultaram em 28 mortos e 2.400 detenções.

Até à data, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Foro Penal, pelo menos 889 pessoas permanecem detidas por motivos políticos na Venezuela.

A advogada Rocio San Miguel foi presa em fevereiro de 2024 e acusada de "traição", "terrorismo" e "conspiração" e de estar "diretamente ligada" a um atentado que visava assassinar o Presidente Maduro, segundo as autoridades.

O diretor da ONG de defesa dos direitos humanos Fundaredes, Javier Tarazona, está detido desde julho de 2021. Acusado de "terrorismo", "traição" e "incitamento ao ódio", o ativista afirma ser "inocente".

Carlos Julio Rojas foi preso em abril de 2024, acusado pelas autoridades de ser o "instigador" e "operador logístico" de uma suposta tentativa de assassinato do Presidente venezuelano, que também resultou na prisão de dois membros do partido da líder da oposição e recente vencedora do Prémio Nobel da Paz, María Corina Machado.

O advogado Eduardo Torres, membro da ONG de defesa dos direitos humanos Provea, foi preso em maio deste ano por "terrorismo" e "traição".

Também advogado e membro da ONG Foro Penal, Kennedy Tejeda está detido desde agosto de 2024.

No seu discurso perante o Comité, Türk disse ainda que as suas equipas constataram que as autoridades venezuelanas "intensificaram as represálias contra as famílias daqueles que são considerados dissidentes, tanto no país como no estrangeiro".

"Desde julho, o meu gabinete registou a detenção de pelo menos 17 pessoas - na sua maioria mulheres, crianças e idosos - relacionadas com as atividades dos seus familiares. O paradeiro de 12 membros dessas famílias continua desconhecido", acrescentou.

Em fevereiro de 2024, os membros do gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos foram expulsos de Caracas após terem expressado a sua "profunda preocupação" relativamente à detenção de Rocio San Miguel.

O gabinete conseguiu retomar as suas atividades 10 meses depois, mas Türk anunciou hoje que, por enquanto, não conta com "pessoal internacional".

"Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para restabelecer a nossa presença - nomeadamente, solicitando vistos e dialogando com as autoridades - mas, infelizmente, sem sucesso (...). Espero que as autoridades permitam rapidamente que os meus colegas retomem todas as suas atividades no país", acrescentou, sem fornecer mais detalhes.

Leia Também: Venezuela considera ilegítimas e ilegais e contra Direito e ONU as sanções da UE

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2905458/onu-exige-libertacao-incondicional-de-ativistas-presos-na-venezuela#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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