ONU aprova levantamento de sanções contra Presidente de transição sírio
- 07/11/2025
Todos os membros do Conselho, com exceção da China, que se absteve, votaram a favor da resolução que suspende as sanções contra al-Sharaa e o ministro do Interior sírio, Anas Khattab.
A poucos dias de uma visita prevista de al-Sharaa a Washington, a resolução, proposta e assinada pelos Estados Unidos, foi saudada pela representação norte-americana como um "forte sinal político".
O embaixador dos Estados Unidos na ONU comentou que a resolução adotada "reconhece a nova era na Síria", elogiando o "trabalho árduo" da administração de al-Sharaa.
Michael Waltz citou ainda o Presidente norte-americano, Donald Trump, dizendo que a aprovação de hoje em Nova Iorque facilitará "a hipótese de paz para a Síria".
As sanções visavam indivíduos e grupos ligados às organizações terroristas Estado Islâmico e à Al-Qaida, os quais estavam sujeitos a proibição de viagens, congelamento de bens e embargo de armas.
Em dezembro de 2024, combatentes da Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS) lideraram uma coligação rebelde síria, que derrubou o regime do ex-Presidente Bashar al-Assad.
Foi na sua condição de líder do HTS, de inspiração jihadista, que al-Sharaa estave na lista de sanções da ONU desde 2013.
No seu passado rebelde, o atual Presidente de transição criou a Frente al-Nusra, em plena guerra civil síria, que foi afiliada em momentos separados do Estado Islâmico e da al-Qaeda e que continuam ativas no país e na região.
Posteriormente, dissolveu a Frente al-Nusra e quebrou as ligações às organizações terroristas para criar o grupo HTS.
Em agosto, comentou que "todas as ideologias nacionalistas e islâmicas falharam na região", descrevendo-se inclusive como "a maior vítima" do EI, ao mesmo tempo que afastou ligações à Irmandade Muçulmana.
Apesar de estar na lista de sanções da ONU, al-Sharaa já realizou várias viagens internacionais desde que assumiu o cargo, recebendo em cada uma delas uma isenção do comité de sanções da ONU.
Após assumir a presidência de transição da Síria, tem procurado normalizar as relações internacionais de Damasco e devolver estabilidade ao país, apesar de já ter enfrentado graves problemas de segurança, alguns de natureza sectária.
A diplomacia síria anunciou no domingo uma visita de Ahmed al-Sharaa - que se deverá concretizar no próximo dia 10 - aos Estados Unidos, onde já tinha estado presente em setembro para discursar na Assembleia-geral da ONU, na sua sede em Nova Iorque.
A administração norte-americana retirou em julho a designação de grupo terrorista ao HTS, no âmbito do alívio das sanções de Washington contra Damasco.
Nos seus encontros de alto nível em Wshington deverá estar em cima da mesa o levantamento total das sanções internacionais que remontam ao período da governação de Bashar al-Assad, bem como o envolvimento de Damasco na luta contra o terrorismo islâmico.
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