ONU alerta para redução das liberdades nas zonas ocupadas pelos russos
- 16/12/2025
"Nos territórios ocupados pela Rússia, as nossas constatações indicam um endurecimento das restrições à liberdade de circulação, de expressão e de religião", declarou Volker Türk ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O alto-comissário salientou que o acesso à Internet e aos serviços de e-mail foi ainda mais restringido.
"O confisco de propriedades pelas autoridades russas nos territórios ocupados, em violação do direito internacional humanitário, é uma preocupação crescente", assinalou.
Em novembro passado, mais de 38 mil casas estavam registadas como potencialmente abandonadas nas áreas ocupadas, segundo Türk, mas "os ucranianos relataram não conseguir provar a situação das suas propriedades e manter a posse devido a entraves processuais".
A Rússia ocupa parcialmente quatro regiões no leste e sul da Ucrânia - Lugansk, Donetsk, Zaporijia e Kherson -- e algumas áreas em Kharkiv e Sumy, nordeste, além da península da Crimeia, anexada desde 2014.
O alto-comissário da ONU considerou que, quase quatro anos após o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, "a situação tornou-se ainda mais insuportável" para os civis.
"Enquanto as negociações de paz continuam, as nossas observações e informações mostram que a guerra está a intensificar-se, causando mais mortes, danos e destruição", avisou.
No âmbito das negociações de cessar-fogo na Ucrânia, Volker Türk defendeu medidas que visem reduzir os danos e construir confiança a longo prazo.
"Por exemplo, como medidas imediatas, isto envolveria o compromisso de não utilizar armas de longo alcance ou drones de curto alcance em áreas densamente povoadas e de não atacar infraestruturas energéticas críticas", explicou.
Além disso, referiu o compromisso de "trocar todos os prisioneiros de guerra e libertar e repatriar todos os civis ucranianos detidos".
Segundo o responsável da ONU, estão documentadas as execuções de 96 prisioneiros de guerra e pessoas incapacitadas para o combate desde o início da invasão russa.
"Desde meados de novembro, temos observado um aumento nos relatos de execuções de militares ucranianos. Consideramos credíveis os relatos da execução de 14 prisioneiros de guerra ucranianos após a sua captura pelas forças russas e estamos a investigar outros dez casos", relatou.
De acordo com um relatório da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) publicado em setembro, 13.500 soldados das forças armadas ucranianas foram feitos prisioneiros desde o começo da guerra, dos quais 169 morreram em cativeiro, outros 6.800 foram libertados e repatriados e perto de 6.300 permanecem detidos.
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