Nova líder da oposição em Taiwan rejeita subir despesa com defesa para 5%
- 30/10/2025
Cheng Li-wun afirmou na quarta-feira que a ilha precisa de um "orçamento de defesa razoável", uma vez que os gastos militares "excessivos" podem comprometer as finanças públicas, avançou a agência de notícias pública taiwanesa CNA.
Cheng vai assumir no sábado a presidência do Kuomintang (KMT), depois de vencer as primárias do maior partido da oposição, com mais de 50% dos votos.
A antiga porta-voz do Governo taiwanês (2012-2014) realçou que Taiwan "não é uma caixa multibanco" e sublinhou que os gastos com a defesa não devem aumentar indefinidamente nem alimentar uma "corrida sem fim ao armamento".
Em agosto, o Governo propôs aumentar o orçamento militar para 949,5 mil milhões de dólares taiwaneses (26,7 mil milhões de euros) em 2026, o correspondente a 3,32% do PIB, e reforçá-lo gradualmente para 5% do PIB até 2030.
O aumento, que inclui o desenvolvimento de um novo sistema avançado de defesa aérea, visa enfrentar a crescente pressão militar da China e enviar uma mensagem clara a Washington de que Taipé leva a sério a defesa da ilha.
No entanto, isto exigirá a aprovação do Parlamento, atualmente controlado por uma maioria de legisladores do KMT e do aliado, o Partido Popular de Taiwan, que se opõem à agenda política do Presidente, William Lai Ching-te.
A porta-voz da Presidência, Karen Kuo, disse na quarta-feira que a posição de Cheng era incompatível com a de outros países democráticos, acrescentando que o aumento das despesas com a defesa visa "manter o status quo democrático e livre de Taiwan".
Cheng Li-wun reiterou posteriormente a oposição a qualquer orçamento de defesa que "não tenha limite máximo" e instou William Lai a ser "mais cauteloso e sábio" nas relações com Pequim para evitar que Taiwan seja "arrastada para um conflito desnecessário".
Após vencer as eleições internas do KMT, Cheng disse estar disponível para reunir-se com o líder chinês, Xi Jinping, visando resolver diferenças e promover a cooperação entre Taiwan e a China continental.
Cheng não excluiu a possibilidade de visitar a China continental: "Estou disposta a fazer qualquer trabalho e a reunir-me com quem for necessário", declarou, rejeitando, no entanto, que o KMT venha a adotar uma posição pró-reunificação sob a sua liderança.
Após a vitória de Cheng, Xi Jinping enviou-lhe uma mensagem de felicitações, na qual manifestou a esperança de que o KMT e o Partido Comunista Chinês "reforcem a sua base política comum" e unam "a grande maioria do povo taiwanês para aprofundar os intercâmbios e a cooperação, impulsionar o desenvolvimento conjunto e avançar rumo à reunificação nacional".
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