Movimentos cívicos acusam Angola de "terrorismo de Estado"
- 07/11/2025
"O que se passou em Angola nos dias 28, 29 e 30 de julho não foi apenas repressão, foi uma demonstração brutal de que o Estado continua a tratar os seus cidadãos como inimigos; matar menores, prender trabalhadores e cidadãos inocentes, torturar ativistas e fazer desaparecer jovens não é manutenção da ordem, é terrorismo de Estado", acusam as organizações cívicas.
De acordo com o "relatório intercalar sobre violações dos direitos humanos em Angola em 28, 29 e 30 de julho", durante a paralisação dos taxistas em protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis por via da retirada dos subsídios estatais, estas organizações, encabeçadas pelo Movimento Cívico Mudei, defendem "a abertura imediata de investigações independentes sobre todas as mortes, detenções arbitrárias, torturas e desaparecimentos forçados"
No memso documento pede-se a responsabilização criminal e disciplinar "dos agentes do Estado envolvidos, incluindo os mandantes políticos e operacionais, que se proceda à reparação integral das vítimas e suas famílias, com garantias de não repetição, e que se reforcem os mecanismos de controlo civil sobre as forças de segurança, com transparência e supervisão pública".
O relatório apresentado pelo movimento resulta de entrevistas aos afetados pela violência que deflagrou durante os protestos, garantindo "dupla verificação" dos relatos e acrescenta-se que "é imprescindível que as autoridades públicas assumam as suas responsabilidades e que a comunidade nacional e internacional continue a apoiar os esforços para a promoção e proteção dos direitos fundamentais no país".
A paralisação, com o lema "fica em casa", foi convocada no princípio de julho pelas plataformas das associações e cooperativas de taxistas, em protesto contra os aumentos do combustível e da tarifa do táxi.
Durante os tumultos, segundo dados da Polícia Nacional, foram registadas 30 mortes, mais de 200 feridos e mais de 1.500 detenções.
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