Morte após abusos: Sara Sharif não devia ter ficado com pai e madrasta

  • 13/11/2025

Um relatório independente conhecido esta quinta-feira dá conta de que Sara Sharif, uma menina anglo-paquistanesa de dez anos que foi assassinada em Inglaterra em 2023, nunca deveria ter ficado ao cuidado do pai e da madrasta, dupla que foi considerada como uma "combinação letal".

 

O crime aconteceu em agosto, tendo o corpo da criança sido descoberto dois dias depois da morte na casa onde morava, em Woking, Inglaterra. As autoridades foram até ao local depois de o pai, Urfan Sharif, ligar para as autoridades britânicas a dizer que tinha "agredido" e "matado" a sua filha. Tanto o pai como a madrasta já estavam no Paquistão. O corpo da menina estava repleto de fraturas, cicatrizes e queimaduras.

Segundo o que explica agora a Sky News, tornou-se "claro" que a menina tinha sido vítima de agressões nas últimas semanas, tendo sido espancada com um taco de críquete e um cano de metal, assim como queimada com um ferro. A vítima sofreu também um traumatismo na cabeça. De acordo com o que foi apontado durante o julgamento, em março, a menina tinha mais de 70 ferimentos considerados recentes.

De acordo com os dados citados pela imprensa britânica, a menina estava sinalizada pelos serviços sociais desde que nasceu e com apenas três anos já tinha sido colocada em casas de acolhimento duas vezes. Mais tarde, foi colocada sob custódia do pai e da madrasta - que já se acusavam mutuamente de agressões.

A investigação independente começou em dezembro de 2024, com os resultados a serem agora conhecidos. "O sistema falhou à Sara", lê-se no documento citado pela Sky News, que detalha que estas lacunas vão para além dos serviços sociais. Segundo o que é detalhado, também a área da educação e o Serviço Nacional de Saúde britânico não funcionaram bem com esta criança.

"A morte da Sara não foi causada por uma falha específica no sistema de proteção", escrevem os especialistas, dando conta de que "vários fatores contribuíram, ao longo dos anos [para a morte], o que acabou por culminar nos abusos graves que ela sofreu".

O relatório dá ainda conta de 15 recomendações que devem ser tomadas em casos como os que possam envolver abuso e agressão a crianças, nomeadamente, na urgência em denunciar estas situações ao Departamento da Educação, assim como ter equipas melhor treinadas para detetarem os comportamentos manipuladores.

Depois de a criança morrer, o pai e a madrasta foram para o Paquistão, voltando depois voluntariamente no mês seguinte à morte. Quando chegaram ao Reino Unido,  foram de imediato detidos. O pai desta criança levou também outros cinco filhos para o Paquistão quando fugiu de Inglaterra. As crianças, na altura com entre um a 13 anos, ficaram primeiro a cargo do avô, tendo depois sido entregues às autoridades paquistanesas.

Sara Sharif. Irmãos entregues a autoridades paquistanesas após buscas

Sara Sharif. Irmãos entregues a autoridades paquistanesas após buscas

Os menores, que têm entre um a 13 anos, são irmãos de Sara Sharif, a menina de dez anos que foi encontrada morta em Woking, no Reino Unido, há mais de um mês. Pai, madrasta e tio estão em fuga.

Notícias ao Minuto | 16:01 - 12/09/2023

O pai e a madrasta, Beinash Batool, foram condenados, respetivamente, a 40 e 33 anos de prisão pelo homicídio. Já o tio da vítima, Faisal Malik, foi condenado a 16 anos de prisão depois de ter sido considerado cúmplice. 

A dupla ainda pediu a redução de pena, tendo a solicitação sido rejeitada.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2887990/morte-apos-abusos-sara-sharif-nao-devia-ter-ficado-com-pai-e-madrasta#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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