Moradores das favelas do Rio de Janeiro protestam contra "massacre policial"

  • 01/11/2025

Sob o lema "Chega de massacre", organizações sociais e de moradores marcharam pelo interior do Complexo da Penha, um dos dois bairros onde se concentraram as operações que tinham como alvo o Comando Vermelho, a organização criminosa mais poderosa e antiga do Rio de Janeiro, com ramificações em todo o Brasil.

 

A marcha passou pela praça São Lucas, uma das principais da comunidade, onde, um dia após a operação, os moradores exibiram uma fila de pelo menos 50 cadáveres sobre o asfalto.

Corpos que eles próprios haviam resgatado em matas próximas.

Em seguida, reuniram-se no campo desportivo da comunidade com cartazes contra a polícia e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, rosto político da operação.

Faixas com a frase "Fora Cláudio Castro" e grandes bandeiras do Brasil manchadas de sangue destacavam-se entre as dezenas de pessoas vestidas de branco.

Algumas usavam camisolas com frases como "Só quero ser feliz e andar tranquila pela favela onde nasci"; outras limitaram-se a pintar mãos de vermelho.

Antes do protesto, familiares das vítimas reuniram-se em frente ao palácio do Governo regional para pedir justiça.

Assim como no Rio de Janeiro, esperavam-se hoje outras manifestações em importantes cidades do país, como São Paulo e Salvador, a exigir o fim da violência policial.

Os complexos de favelas da Penha e do Alemão, situados numa região onde vivem cerca de 200 mil pessoas, foram palco na terça-feira da operação policial mais letal já registada no Brasil.

Até agora, o Governo do estado do Rio de Janeiro reconheceu 121 mortos, enquanto, a Defensoria Pública aponta que o número de vítimas mortais chega a 132.

Castro e as forças de segurança do estado celebraram publicamente a "bem-sucedida" operação que, segundo eles, teve apenas quatro vítimas, sendo estas os agentes que morreram durante a ação.

A Secretaria de Segurança Pública do estado divulgou um primeiro relatório de identificação dos corpos, no qual afirma que a grande maioria dos 121 mortos tinha antecedentes criminais por delitos graves, como tráfico de droga e homicídio.

Além dos 121 mortos, a polícia informou que 133 pessoas foram detidas e mais de 90 espingardas automáticas foram apreendidas.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2880877/moradores-das-favelas-do-rio-de-janeiro-protestam-contra-massacre-policial#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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