Ministra do Brasil pede recursos e ações concretas contra aquecimento global

  • 05/11/2025

"Há 30 anos que se debate, só que agora não tem mais o que protelar. A COP30 [30.ª conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas] tem o desafio de ser um novo marco referencial para a agenda do clima. A partir de agora é a implementação", disse Marina Silva, na véspera da Cimeira do Clima convocada pelo governo brasileiro e que reúne cerca de 60 chefes de Estado e de Governo e que antecede a COP30, que irá decorrer na cidade amazónica de Belém entre 10 e 21 de novembro.

 

"Precisamos dos recursos. Os compromissos assumidos têm de ser cumpridos para que não percamos a credibilidade", afirmou a ministra num discurso no Fórum de Líderes Locais, que terminou hoje no Rio de Janeiro.

Um dos principais desafios da COP30 é garantir a implementação dos compromissos climáticos existentes, o que exige o desembolso dos 300 mil milhões de dólares anuais prometidos pelos países desenvolvidos.

"Já temos a maior parte das respostas técnicas para enfrentar o aquecimento global. Precisamos de um compromisso ético para as transformar em ação. Para isso, necessitamos de recursos financeiros, públicos e privados, bem como de recursos humanos e tecnológicos", declarou Marina Silva.

Na mesma ocasião, o ministro brasileiro das Cidades, Jader Barbalho, concordou que chegou o momento de os líderes mundiais deixarem de fazer promessas e passarem à fase da implementação.

"Todo este processo começou aqui, no Rio de Janeiro, em 1992 e passou por Paris (2015), onde se fizeram muitas promessas. Temos de parar de fazer promessas e passar à implementação. Não podemos permitir que o planeta continue a aquecer à velocidade atual, sem agir", afirmou.

A Cimeira do Clima, que antecede a COP30, reunirá delegações de 143 países, das quais pouco mais de um terço serão chefiadas pelos respetivos líderes nacionais, com a ausência confirmada dos três líderes dos países mais poluidores do mundo (China, Estados Unidos e Índia).

Entre os líderes que confirmaram publicamente a sua presença estão o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Adotado em 2015, o Acordo de Paris compromete os seus signatários a reduzirem emissões de gases com efeito de estufa, para que o aquecimento global não ultrapasse o limite de 1,5 graus Celsius (°C) acima dos níveis pré-industriais, esperando-se agora que, 10 anos depois, os países lancem novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) para os próximos 10 anos.

De acordo com os cálculos do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP, na sigla em inglês) divulgados na terça-feira, o aquecimento da Terra deverá atingir este século entre 2,3 e 2,5 °C acima dos níveis da era pré-industrial se os países implementarem planos climáticos previstos até agora. 

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2883432/ministra-do-brasil-pede-recursos-e-acoes-concretas-contra-aquecimentoglobal#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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