Lula reitera intenção de reunir-se com Trump (com qualquer tema na mesa)
- 24/10/2025
"O nosso interesse é contribuir para que as coisas terminem da melhor forma possível: que ganhe o Brasil e que ganhem os Estados Unidos. Mas, sobretudo, que ganhe o povo brasileiro e o povo americano", disse Lula da Silva, em conferência de imprensa na Indonésia, antes de embarcar para a Malásia, a segunda etapa da sua digressão asiática, onde participará na cimeira de líderes do Sudeste Asiático e poderá reunir-se com Donald Trump, que também estará presente no encontro.
"Não há assuntos proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos Estados Unidos. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, da Rússia à Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras", frisou.
No entanto, o assunto chave são as tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil em retaliação ao julgamento do ex-Presidente Jair Bolsonaro, entretanto condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
"A tese de que não temos direitos humanos no Brasil não tem veracidade. Quem comete crime no Brasil é julgado e quem for considerado culpado é punido", disse.
Lula da Silva, Presidente do maior exportador de carne e café do mundo, disse ainda que o chefe de Estado norte-americano "sabe que o preço da carne lá está alto, que o cafezinho vai ficando caro".
"Então penso que as pessoas vão descobrindo que nem todas as medidas que a gente toma repercute do jeito que a gente queria", acrescentou.
Além disso, Lula da Silva quer também abordar as sanções a várias autoridades brasileiras, entre os quais vários juízes do Supremo Tribunal Federal, que votaram pela condenação de Jair Bolsonaro.
"Também quero discutir a punição dada a ministros brasileiros da Suprema Corte", afirmou.
Lula da Silva tem previsto reunir-se na manhã de sábado com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, com quem presidirá a uma cerimónia de assinatura de vários acordos bilaterais antes de prestar declarações à comunicação social.
Na capital malaia, o chefe de Estado brasileiro participará igualmente na cimeira de líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na qualidade de atual presidente do grupo de economias emergentes BRICS.
À margem da cimeira, que decorre de 26 a 28 de outubro, poderá ter um encontro com Trump, que, embora ainda não confirmado, também não foi descartado por Brasília, nem por Washington.
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