Louvre: Procuradora descarta ação de crime organizado. "Pessoas locais"
- 02/11/2025
A procuradora de Paris, Laure Beccuau, deu conta de que o assalto ao Museu do Louvre foi, afinal, levado a cabo por criminosos locais e não por profissionais associados ao crime organizado.
"Não se trata propriamente de delinquência comum... mas é um tipo de delinquência que geralmente não associamos aos escalões superiores do crime organizado. São claramente pessoas locais. Todos vivem mais ou menos em Seine-Saint-Denis”, disse a responsável, em declarações à FranceInfo.
Beccuau detalhou que os perfis das quatro pessoas detidas até ao momento – incluindo a namorada de um dos suspeitos – não são típicos de profissionais do crime organizado, capazes de executar operações complexas.
Recorde-se que os dois suspeitos detidos há cerca de uma semana foram indiciados e ficaram em prisão preventiva na quarta-feira, sob acusações de roubo cometido por um grupo organizado e de conspiração criminosa. As autoridades acreditam que terá sido esta dupla a entrar na galeria Apollo.
A procuradora de Paris revelou, na altura, que um dos homens foi apanhado no Aeroporto Charles de Gaulle, alegadamente quando tentava embarcar num voo para a Argélia. Este cidadão argelino de 34 anos vivia em França desde 2010 e era conhecido pelas autoridades por infrações de trânsito. O segundo suspeito, de 39 anos, nasceu no subúrbio parisiense de Aubervilliers e já tinha condenações por roubo. De acordo com a responsável, o ADN da dupla foi encontrado numa vitrine e numa scooter usada na fuga.
Os outros dois suspeitos, um homem de 37 anos e uma mulher de 38 anos, foram detidos a 29 de outubro e indiciados no sábado. Beccuau revelou que o indivíduo integrava o quarteto que cometeu o assalto, com base no ADN encontrado no camião. Disse ainda que a dupla tinha uma relação amorosa e filhos.
Além disso, o homem, que tinha um histórico de 11 condenações, foi também condenado pelo mesmo assalto cometido por um dos outros suspeitos, em 2015.
A responsável detalhou que foram encontrados vestígios do ADN da mulher no camião, mas ressalvou que pareciam ter sido transferidos para o veículo, possivelmente por uma pessoa ou um objeto colocado posteriormente no local.
Durante os interrogatórios, os dois suspeitos negaram estarem envolvidos no roubo do dia 19 de outubro, cujo valor estimado é de 88 milhões de euros.
As autoridades acreditam que pelo menos uma outra pessoa continua em parte incerta.
Saliente-se que as outras três pessoas detidas na quarta-feira foram libertadas.
As joias, que continuam desaparecidas, estão a ser procuradas pelo Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC) em "vários mercados paralelos", tendo em conta que é improvável que surjam em mercados legais. Ainda assim, as autoridades acreditam que é possível que as joias possam "ser usadas para lavagem de dinheiro ou para tráfico dentro do mundo criminoso".
Leia Também: Assalto ao Louvre: Dois suspeitos indiciados este sábado, três libertados















