Justiça pede novo julgamento para Sarkozy por pressionar testemunha
- 17/12/2025
A decisão de remeter ou não estas 11 pessoas para um tribunal criminal cabe ao juiz de instrução que preside ao caso relativo às retratações, possivelmente compradas, do empresário Ziad Takieddine, falecido em setembro.
Este franco-libanês tinha afirmado repetidamente que a campanha de Sarkozy em 2007 tinha sido financiada pela Líbia de Muammar Kadhafi, antes de se ter subitamente retratado em 2020.
Esta súbita mudança alimentou suspeitas dentro do poder judicial sobre a possibilidade de Takieddine ter sido pago por Sarkozy e pelos seus associados, o que sempre negaram.
Na sua acusação final, emitida hoje, a PNF requereu que o ex-chefe de Estado já condenado neste processo a cinco anos de prisão seja julgado por "conspiração para cometer fraude organizada" e "recetação de suborno de testemunha".
Para Carla Bruni-Sarkozy, o pedido de julgamento restringe-se à acusação de "conspiração para cometer fraude organizada", dado que foi pedida a absolvição parcial pelo outro crime.
Quando contactado pela agência France-Presse (AFP), o advogado de Nicolas Sarkozy, Christophe Ingrain, indicou que não iria fazer comentários neste momento, assim como o advogado de Bruni-Sarkozy, Paul Mallet.
No processo está também Michèle, conhecida como "Mimi" Marchand, também chamada de 'papa dos paparazzi', amiga pessoal do ex-presidente e importante doadora do seu partido, acusada de "conspiração criminosa para subornar indivíduos que ocupam cargos judiciais no Líbano".
Os três enfrentam uma pena máxima de dez anos de prisão e uma multa de 150 mil euros.
Paralelamente à acusação da PNF, os pedidos de arquivamento do processo e das acusações ainda estão pendentes no Tribunal de Recurso de Paris, embora ainda não esteja marcada uma data para a audiência, segundo apurou a AFP junto de fonte judicial.
O ex-presidente francês (2007-2012) foi condenado a 25 de setembro a cinco anos de prisão no processo relativo ao financiamento líbio da sua campanha presidencial. Passou 20 dias detido na prisão de Santé, em Paris, um acontecimento sem precedentes para um antigo presidente na história da República Francesa.
Recorreu da sentença e o novo julgamento está marcado para começar a 16 de março de 2026.
O ex-presidente, que sempre manteve a sua inocência, atacou veementemente os juízes após a condenação, denunciando uma decisão que acredita ser motivada pelo ódio dos magistrados por si.
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