Japão e EUA realizam exercícios aéreos conjuntos face a tensão com China

  • 12/12/2025

O exercício teve lugar um dia depois de bombardeiros chineses e russos realizarem um voo conjunto sobre o oeste do Japão, o que levou Tóquio a ativar caças de resposta, embora não tenha ocorrido violação do espaço aéreo. No sábado anterior, caças chineses fixaram os radares em caças japoneses, num gesto considerado hostil e que agravou ainda mais as relações entre Pequim e Tóquio.

 

Na madrugada de sexta-feira, o ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, falou por telefone com o homólogo norte-americano, Pete Hegseth, sobre a "situação de segurança cada vez mais grave na região Indo-Pacífico", incluindo o incidente dos radares, segundo um comunicado do ministério da Defesa japonês.

A nota não fez referência aos exercícios aéreos.

Os dois ministros expressaram "séria preocupação com qualquer ação que aumente as tensões regionais", considerando que "as ações da China não são favoráveis à paz e estabilidade na região".

Koizumi reiterou que o Japão vai continuar de forma firme e constante as atividades de vigilância no espaço aéreo e águas circundantes ao país.

A Força Aérea de Autodefesa japonesa e as forças armadas norte-americanas realizaram o exercício conjunto numa altura em que "o ambiente de segurança" em torno do país se "torna cada vez mais severo", afirmou o Estado-Maior Conjunto do Japão.

De acordo com a mesma fonte, os aliados "reafirmaram a forte determinação em prevenir tentativas unilaterais de alterar o 'statu quo' pela força" e demonstraram o "nível de prontidão das forças de autodefesa e norte-americanas".

No exercício participaram dois bombardeiros estratégicos norte-americanos B-52, três caças furtivos japoneses F-35 e três F-15, que sobrevoaram a zona ocidental do Japão, sobre águas entre o país e a Coreia do Sul, detalharam os responsáveis.

Embora o Estado-Maior japonês tenha negado que o exercício constituiu uma resposta direta a qualquer incidente, a instituição militar reconheceu que os recentes voos conjuntos de bombardeiros chineses e da Rússia e o bloqueio dos radares por parte de aviões chineses contra caças japonesas são reflexo de um ambiente de segurança em deterioração.

As relações entre Japão e China agravaram-se depois de a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, ter afirmado, em novembro no parlamento nipónico, que o Japão poderia intervir militarmente se a China agisse contra Taiwan, a ilha autogovernada que Pequim reivindica como parte do seu território.

A tensão aumentou no fim de semana quando manobras navais chinesas, envolvendo um porta-aviões perto do sul do Japão, levaram Tóquio a fazer descolar aviões de patrulha e a protestar contra o bloqueio intermintente de radares de caças chineses contra caças japoneses -- uma manobra considerada preparação para ataque.

O radar num caça de combate é utilizado tanto para localizar objetos como para apontar mísseis. O "bloqueio" é a ação pela qual o radar de um avião militar deixa de simplesmente varrer o céu e começa a seguir um alvo específico, com o objetivo de obter uma solução de tiro. Os caças modernos dispõem de sistemas que permitem detectar quando são alvos desse procedimento, sendo que os pilotos não têm como saber quais são as intenções do outro caça.

Tóquio exigiu explicações a Pequim e medidas preventivas, mas o Governo chinês negou as acusações, afirmando que os aviões japoneses é que interferiram e puseram em risco o exercício chinês.

Washington reafirmou a sua "aliança inabalável" com o Japão e considerou que o incidente "não contribui para a paz e estabilidade regionais".

Segundo o Estado-Maior japonês, o exercício decorreu um dia após a realização de um voo conjunto de bombardeiros estratégicos chineses e russos ao largo do Japão. Dois Tu-95 russos voaram do leste da península coreana e juntaram-se a dois H-6 chineses sobre o mar do Leste da China, rumando ao Pacífico, ao sul da ilha japonesa de Shikoku.

As quatro aeronaves foram ainda escoltadas por quatro caças chineses J-16, num trajeto que passou entre as ilhas de Okinawa e Miyako, uma zona onde Pequim tem reforçado a sua presença militar.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2902923/japao-e-eua-realizam-exercicios-aereos-conjuntos-face-a-tensao-com-china#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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