Israel confirma bombardeamento de instalações do Hamas no sul do Líbano
- 19/11/2025
"O exército tinha como alvo terroristas que operavam num centro de treino do Hamas na zona de Ain el-Helweh, no sul do Líbano", referiram as Forças de Defesa de Israel (FDI) em comunicado.
"O complexo militar era utilizado pelos terroristas do Hamas para exercícios de treino de planeamento e execução de ataques terroristas contra as forças israelitas e o Estado de Israel", adiantou.
O ataque ocorreu no maior campo de refugiados do Líbano, localizado na cidade de Sidon, no sul do país.
O exército alega ter tomado medidas prévias para "mitigar danos a civis", como o uso de munições de precisão e vigilância aérea.
O Ministério da Saúde libanês informou que 13 pessoas morreram e várias ficaram feridas no ataque aéreo israelita em Sidon.
As ambulâncias continuam a transportar feridos para hospitais próximos, adiantou a mesma fonte.
Segundo a Agência Nacional de Notícias (NNA) libanesa, o ataque teve como alvo um carro junto à Mesquita Khaled bin al-Walid e posteriormente foram atingidos a própria mesquita e um centro com o mesmo nome.
Em comunicado, o Hamas condenou o "bárbaro" ataque aéreo israelita e rejeitou "possuir instalações militares nos campos [de refugiados] palestinianos no Líbano".
"As alegações (...) do exército [israelita] de que o local alvo era um 'centro de treino pertencente ao movimento' não passam de pura calúnia e mentira, [e] têm o objetivo de justificar a sua agressão criminosa e incitar o ódio contra os campos [de refugiados] e o nosso povo palestiniano", afirmou o movimento islamita, considerado terrorista pela União Europeia, Estados Unidos e vários países.
O exército israelita apresentou um vídeo que afirmou ser do ataque, mostrando um edifício atingido, mas o Hamas alega que "o alvo era um centro desportivo aberto frequentado por jovens do campo" e que as vítimas "eram um grupo de jovens presentes no local no momento do ataque".
O Ministério da Saúde libanês reportou também duas mortes em ataques com 'drones' atribuídos a Israel na cidade de Bint Jbeil, no sul do Líbano, informação não confirmada pelo exército israelita.
Israel tem prosseguido ataques aéreos no Líbano, apesar do acordo de cessar-fogo assinado em novembro de 2024, que visava pôr fim ao conflito com o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas e tal como este apoiado militar e financeiramente pelo Irão.
Os militares israelitas afirmam geralmente ter como alvo membros do Hezbollah ou instalações pertencentes a este movimento, mas também têm atacado alegados membros do Hamas no Líbano.
Em outubro, foi alcançado um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas, após dois anos de guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamita contra Israel, a 7 de outubro de 2023.
O Líbano acolhe aproximadamente 222.000 refugiados palestinianos, segundo a ONU, a maioria dos quais vive em acampamentos.
Por meio de um acordo tácito, as organizações palestinianas controlam estes campos, nos quais o exército libanês não entra.
Em agosto, as fações palestinianas presentes nestes campos de refugiados no Líbano começaram a entregar as suas armas às autoridades, conforme um acordo assinado em maio que visava garantir o monopólio do Estado libanês sobre o armamento.
[Notícia atualizada às 22h56]
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