Irão e Arábia Saudita terminam ano com recorde em execução de presos
- 31/12/2025
De acordo com o Centro Nacional de Resistência Iraniana (CNRI), um dos principais grupos de oposição, a pena de morte foi aplicada em 2.201 casos, com um aumento de cerca de 120% em relação a 2024, de 160% em comparação com 2023 e de 280% em relação a 2022.
Segundo o CNRI, trata-se de um valor recorde no total dos 37 anos em que Ali Khamenei é líder supremo do Irão, e salienta que o número de execuções cresceu especialmente no final do ano.
Refere também que no segundo semestre, a partir de julho, houve mais do dobro das execuções do que entre janeiro e junho, e que as 376 registadas até agora em dezembro não têm precedentes num único mês desde a chegada de Ali Khamenei ao cargo.
As execuções ocorreram em 97 cidades de 31 províncias iranianas, contra 77 cidades no ano passado, o que, para esta organização, responde à vontade do regime de estender a medida a mais áreas do país.
Entre os executados, houve pelo menos 64 mulheres, contra as 34 registadas em 2024. Além disso, 13 execuções foram realizadas em público, enquanto no ano passado foram cinco.
Para o CNRI, a evolução crescente dos últimos cinco anos e, em particular, dos 12 meses de 2025, evidencia que "à medida que o regime de Khamenei enfraqueceu e as suas crises se intensificaram, recorreu cada vez mais às execuções para criar um clima de terror e impedir revoltas populares".
Citada no comunicado, a líder do CNRI, Maryam Rajavi, aponta que "as execuções coletivas e arbitrárias são um caso claro de crime organizado e um crime contra a humanidade, bem como um esforço desesperado de um regime que, perante o medo de um povo enfurecido e de uma sociedade explosiva, recorre à forca para sobreviver".
Por outro lado, a Arábia Saudita termina o ano de 2025 a bater o seu próprio recorde anual de execuções, registando-se 356 presos condenados à pena máxima, mais 11 do que em 2024, após aplicar esta pena no último dia do ano a três cidadãos sauditas, informaram fontes oficiais.
O Ministério do Interior saudita anunciou num comunicado que três sauditas foram executados hoje na região Oriental, no leste do país, após terem sido condenados por "crimes terroristas".
No passado dia 29 de dezembro, a Organização Europeia-Saudita para os Direitos Humanos (ESOHR), sediada no exílio e que contabiliza as execuções no país do Golfo Pérsico, afirmou ter documentado 353 aplicações da pena capital no reino, o que aumenta para 356 com os três prisioneiros de hoje.
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