Hong Kong diz que Jimmy Lai não foi condenado por razões políticas

  • 16/12/2025

Na segunda-feira, a justiça da região chinesa considerou Jimmy Lai, de 78 anos, culpado dos crimes de "publicações sediciosas" e conluio com entidades estrangeiras, ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020.

 

Num comunicado divulgado hoje, o executivo de Hong Kong defendeu que o Tribunal Superior de Hong Kong "deixou claro, nas razões da sentença, que Lai Chee-ying não estava a ser julgado pelas suas opiniões ou crenças políticas".

Na sentença, com 855 páginas, os três juízes, incluindo a lusodescendente Susana D'Almada Remedios, consideraram que o magnata de nacionalidade britânica fez "convites constantes" aos Estados Unidos para ajudar a derrubar as autoridades chinesas.

"A única intenção de Lai Chee-ying (...) era procurar a queda do Partido Comunista da China, mesmo que o custo final fosse o sacrifício dos interesses do povo" da China e de Hong Kong, referiu o Governo da região.

Na segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Yvette Cooper, pediu a "libertação imediata" de Jimmy Lai, e condenou o que disse ser uma "acusação com motivações políticas".

Também a diplomacia da União Europeia (UE) criticou a condenação de Lai, dizendo que "tem motivação política e é emblemática da erosão da democracia e das liberdades fundamentais em Hong Kong".

Durante o julgamento, que começou em dezembro de 2023, Lai declarou-se inocente e afirmou nunca ter defendido o separatismo ou a resistência violenta. Também negou ter apelado a sanções ocidentais contra a China e Hong Kong.

"Os valores fundamentais do Apple Daily são, na verdade, os valores fundamentais do povo de Hong Kong (...) [incluindo] o Estado de direito, a liberdade, a busca da democracia, a liberdade de expressão, a liberdade de religião, a liberdade de reunião", argumentou Lai.

O crime de "publicações sediciosas" refere-se a 161 artigos, incluindo editoriais assinados por Lai no Apple Daily, jornal pró-democracia que fundou e atualmente está banido.

Também na segunda-feira, a coordenadora para a Ásia do Comité para a Proteção dos Jornalistas, Beh Lih Yi, disse que a condenação "sublinha o total desprezo de Hong Kong pela liberdade de imprensa".

Mas o Governo do território garantiu que, "na verdade, o caso de Lai Chee-ying não tem nada a ver com a liberdade de imprensa".

"Ao longo dos anos", o magnata usou "o jornalismo como pretexto para cometer atos que prejudicaram o nosso país e Hong Kong", acrescentou o executivo.

O tribunal marcou para 12 de janeiro uma audiência, com a duração máxima de quatro dias, onde a defesa de Lai poderá apresentar eventuais atenuantes, antes de a sentença ser conhecida.

Os três crimes de que Lai foi considerado culpado podem acarretar a pena de prisão perpétua.

Leia Também: 'Resistência suave' na condenação de ex-magnata em Hong Kong

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2904915/hong-kong-diz-que-jimmy-lai-nao-foi-condenado-por-razoes-politicas#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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