Harvard reabre investigação a ex-presidente após e-mails com Epstein
- 20/11/2025
Considerado uma voz influente na economia norte-americana, o antigo secretário do Tesouro estava também afiliado a vários 'think tanks', centros de investigação e organizações de comunicação social. Vários confirmaram o fim destas afiliações.
Harvard não mencionou Summers nominalmente, mas a decisão de reiniciar a investigação surge após a divulgação de e-mails que mostram que manteve uma relação amigável com Epstein muito tempo depois de o financeiro se ter declarado culpado de aliciar uma menor para prostituição em 2008.
"A Universidade está a conduzir uma revisão das informações referentes a indivíduos em Harvard incluídas nos documentos de Jeffrey Epstein recentemente divulgados para avaliar que medidas podem ser adequadas", detalhou o porta-voz Jason Newton, num comunicado inicialmente divulgado pelo The Boston Globe e pelo The Harvard Crimson.
Uma investigação anterior, concluída em 2020, revelou que Epstein visitou o campus de Harvard mais de 40 vezes após a sua condenação por crimes sexuais em 2008 e que recebeu um gabinete próprio e acesso irrestrito a um centro de investigação que ajudou a fundar.
O professor que lhe concedeu o gabinete foi posteriormente proibido de iniciar novas investigações ou de orientar os alunos durante pelo menos dois anos.
Summers revelou na segunda-feira à noite que se vai afastar dos seus compromissos públicos.
O gabinete de Summers anunciou hoje que este se demitirá do conselho da OpenAI, empresa criadora do ChatGPT, noticiou a agência Associated Press (AP).
"Estou grato pela oportunidade de ter servido, estou entusiasmado com o potencial da empresa e ansioso por acompanhar o seu progresso", destacou em comunicado.
O conselho da OpenAI afirmou que apreciou as contribuições e a perspetiva de Summers.
Summers juntou-se ao conselho da OpenAI em novembro de 2023, como parte de um esforço para restaurar a estabilidade da organização sem fins lucrativos e trazer de volta o seu CEO, Sam Altman, depois de os membros anteriores do conselho o terem despedido dias antes.
Na terça-feira, Summers compareceu perante a sua turma em Harvard, onde leciona "A Economia Política da Globalização" a estudantes de licenciatura juntamente com Robert Lawrence, professor na Harvard Kennedy School.
"Alguns de vós devem ter visto a minha declaração de arrependimento, na qual expresso a minha vergonha em relação ao que fiz em comunicação com Epstein, e na qual afirmei que me afastarei das atividades públicas por um tempo. Mas acho muito importante cumprir as minhas obrigações de ensino", frisou.
As declarações de Summers foram gravadas em vídeo por vários alunos, mas ninguém pareceu manifestar-se publicamente sobre os seus comentários.
Epstein, que, segundo as autoridades, morreu por suicídio em 2019, era um criminoso sexual condenado, notório pelas suas ligações a pessoas ricas e poderosas, o que o tornou alvo de indignação e teorias da conspiração sobre irregularidades entre as elites americanas.
Summers foi secretário do Tesouro de 1999 a 2001, durante a administração do presidente Bill Clinton. Foi presidente de Harvard durante cinco anos, de 2001 a 2006.
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