Guterres considera "preocupante" visita de Netanyahu à Síria
- 19/11/2025
"Esta visita pública é, no mínimo, preocupante. Apelamos a Israel para que respeite o acordo (...) de 1974", que estabeleceu uma zona tampão desmilitarizada nos Montes Golã, declarou Stéphane Dujarric à imprensa.
Já a enviada especial adjunta das Nações Unidas para a Síria, Najat Rochdi, condenou a entrada da liderança política israelita em território sírio, defendendo tratar-se de "mais uma grave violação da soberania da Síria".
Em comunicado, Rochdi apelou "mais uma vez para que as violações de Israel cessem e para o cumprimento do Acordo de 1974", e instou "o Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades a este respeito".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, atribuiu "imensa importância" à presença militar do país na Síria, durante uma visita às tropas israelitas numa zona supostamente desmilitarizada e sob controlo da ONU.
"Atribuímos imensa importância à nossa capacidade aqui, tanto defensiva como ofensiva, à proteção dos nossos aliados drusos e, sobretudo, à proteção do Estado de Israel e da fronteira norte através dos Montes Golã", declarou Netanyahu, num vídeo divulgado pelo seu gabinete.
O primeiro-ministro israelita expressou gratidão aos militares pela missão na Síria, avisando que esta pode conhecer desenvolvimentos "a qualquer momento".
Após a queda do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, Israel destacou tropas para a região dos Montes Golã, ultrapassando a linha desmilitarizada de demarcação entre os dois países.
A visita do primeiro-ministro israelita às tropas foi já condenada pelas autoridades de Damasco, que alertaram para uma violação da soberania territorial.
A Síria "condena veementemente esta visita ilegal, que considera uma grave violação da sua soberania e integridade territorial", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
Para a diplomacia de Damasco, trata-se de uma "nova tentativa israelita" de "impor um facto consumado que contradiz as resoluções do Conselho de Segurança".
A deslocação de Netanyahu surge num momento em que a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, registou várias incursões de patrulhas israelitas em território sírio, em zonas fronteiriças e nas proximidades dos Montes Golã, anexados por Israel em 1981.
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