Governo russo defende lançamento de míssil balístico pela Coreia do Norte
- 07/11/2025
"Respeitamos o direito legítimo dos nossos amigos da República Popular Democrática da Coreia [Coreia do Norte] de garantir a sua própria segurança e de tomar medidas nesse sentido", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante a sua conferência de imprensa diária, acompanhada pela agência de notícias AFP.
O exército da Coreia do Sul anunciou hoje que os norte-coreanos lançaram um míssil balístico não identificado no mar do Japão, um dia depois de Pyongyang ter ameaçado retaliar contra sanções impostas pelos Estados Unidos.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou às 12:40, no horário local (03:40 em Lisboa), que o Norte lançou um míssil balístico "não identificado", que acabou por cair no mar do Japão, sem fornecer mais detalhes.
Também a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, confirmou o lançamento do míssil, em comunicado de imprensa.
"Acredita-se que tenha caído fora da ZEE [Zona Económica Exclusiva] do nosso país e, neste momento, não há informações confirmadas sobre danos", disse a chefe de Governo.
Na quinta-feira, Pyongyang tinha prometido "responder adequadamente" às sanções norte-americanas impostas a indivíduos e empresas acusados de branqueamento de capitais para financiar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sancionou oito indivíduos e duas empresas na quarta-feira por lavagem de dinheiro com origem em atividades ilícitas, como burlas cibernéticas, e destinado a financiar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte tem acelerado o ritmo dos testes de armas nas últimas semanas, incluindo o lançamento de supostos mísseis hipersónicos e mísseis de cruzeiro em outubro.
O mais recente lançamento ocorreu dias depois de o secretário da Guerra dos Estados Unidos ter viajado até à Coreia do Sul para conversações anuais de segurança entre os aliados.
Na altura, Pete Hegseth elogiou os planos sul-coreanos para aumentar os gastos militares face às ameaças nucleares da Coreia do Norte e outras incertezas regionais.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, tem rejeitado o diálogo com Washington e Seul desde que a diplomacia com o Presidente norte-americano, Donald Trump, descarrilou durante o primeiro mandato do republicano, em 2019, devido a divergências sobre a troca do alívio das sanções por medidas para desmantelar o programa nuclear.
Desde então, acelerou a expansão do seu programa de armas nucleares e mísseis, ao mesmo tempo que fez da Rússia o foco da política externa, enviando milhares de soldados e grandes quantidades de equipamento militar para ajudar a financiar a invasão russa da Ucrânia.
O arsenal de Kim inclui atualmente mísseis nucleares com capacidade de atingir o território continental dos Estados Unidos.
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