Geografia ibérica não influenciou a adaptação genética dos espanhóis

  • 31/10/2025

O estudo com investigadores do Instituto de Biologia Evolutiva (IBE), um centro conjunto do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e da Universidade Pompeu Fabra (UPF), em Barcelona, refere que a maioria das adaptações genéticas em espanhóis também se encontram noutras populações europeias e não apresentam um conjunto claro de sinais de adaptação exclusivos e específicos da Península Ibérica, destacou na quinta-feira o IBE em comunicado.

 

Um conjunto de mais de 800 genomas atuais de residentes da Catalunha, com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos, gerados no âmbito do projeto GCAT, foi investigado para descobrir como as migrações históricas podem ter influenciado as adaptações genéticas da população nativa.

Nos genomas do GCAT, os geneticistas procuraram variações no perfil genómico médio ibérico, que é composto por 5 a 10% de ancestralidade de caçadores-recoletores de há mais de 6000 anos, 55 a 60% de ancestralidade de agricultores da Anatólia e 35 a 40% da migração de nómadas das estepes há cerca de 4000 anos.

Os investigadores salientaram que potenciais variantes adaptativas podem estar ocultas por detrás de diferenças em relação ao genoma médio, mas os resultados revelam um grande número de adaptações partilhadas com outras populações europeias devido às extensas migrações ao longo da história da Europa.

Os participantes apresentaram um perfil genético europeu típico, com uma pequena proporção de ancestralidade norte-africana, apenas encontrada na Península Ibérica, no sudeste de França e na Sicília.

A equipa analisou também a diáspora francesa do século XVI após as Guerras de Religião e, embora estes imigrantes tenham passado a representar um quarto da população catalã, o estudo não detetou uma marca genética específica.

Novas variantes genéticas com características adaptativas foram descobertas em europeus contemporâneos, entre elas o gene SMYD1, que pode conferir maior resistência à gripe, e o gene FDFT1, relacionado com o metabolismo do colesterol.

Foram também identificados sinais adaptativos no gene UBL7, ligado à resposta imunitária, e no polimorfismo rs55852693, associado a uma maior preferência por alimentos picantes.

Além disso, o estudo confirmou várias adaptações que estão "funcionalmente bem caracterizadas e conhecidas nas populações europeias", como a pele clara, a capacidade de digerir a lactose e certas características da resposta imunitária.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2880178/geografia-iberica-nao-influenciou-a-adaptacao-genetica-dos-espanhois#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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