G7 lança "aliança" para combater domínio da China sobre minerais críticos

  • 30/10/2025

Esta reunião de dois dias dos sete países teve início em Toronto poucas horas após a assinatura de um acordo entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, sobre o fornecimento de terras raras, utilizadas em vários produtos, desde painéis solares a mísseis de precisão.

 

"Um bom sinal", segundo a ministra alemã da Economia e Energia, Katherina Reiche, que destacou à imprensa em Toronto, citada pela agência AFP, a dependência do seu país das exportações chinesas de minerais críticos.

"Temos de diversificar as nossas rotas de importação de matérias-primas", acrescentou.

Foi tendo em mente o domínio crescente da China na refinação e transformação de terras raras que os chefes de Estado e de Governo do G7 lançaram, à margem da sua cimeira no Canadá em junho, um "Plano de Ação sobre Minerais Críticos".

Este plano será formalizado em Toronto com a criação da "Aliança para a Produção de Minerais Críticos", anunciou na quinta-feira o ministro da Energia do Canadá, Tom Hodgson.

O acordo terá como objetivo "estabelecer cadeias de abastecimento de minerais críticos transparentes, democráticas e sustentáveis à escala do G7", afirmou Hodgson.

Nesse contexto, o Reino Unido, o Canadá, a França, a Alemanha, a Itália, o Japão e os Estados Unidos irão mobilizar investimentos privados para aumentar a produção de minerais críticos, contornando a China e reduzindo assim a sua influência nos mercados.

Para o responsável pela divisão de minerais críticos da Agência Internacional de Energia, Tae-Yoon Kim, a reunião de Toronto oferece "uma oportunidade importante [...] para começar a redistribuir o poder no mercado".

"A forte concentração da refinação de minerais críticos num único país cria riscos económicos e de segurança nacional", explicou à AFP.

Embora muitos países possuam importantes reservas minerais, a China domina graças à sua capacidade de processamento e refinação, nomeadamente de terras raras, utilizadas em muitos aparelhos de uso diário e de alta tecnologia.

E como grande parte dos minerais passa por empresas controladas pela China, Pequim pode consolidar as suas reservas e controlar a oferta mundial.

"Há anos que enfrentamos um concorrente que sistematicamente distorce os mercados, utiliza subsídios industriais, cria excesso de capacidade e prejudica o comércio justo", afirma Abigail Hunter, diretora do Center for Critical Minerals Strategy, um grupo de reflexão com sede em Washington.

Para Hunter, os membros do G7 têm prioridades divergentes em matéria de política energética, nomeadamente em termos de transição para energias limpas, e as políticas comerciais protecionistas de Donald Trump, que provocaram perturbações económicas mundiais, podem fragilizar a sua unidade em relação aos minerais críticos.

Mas partilham uma preocupação comum sobre a "segurança do abastecimento", afirmou, enquanto a China impõe controlos mais rígidos sobre as exportações de terras raras.

Segundo a responsável, um avanço real em Toronto passará por medidas concretas sobre rastreabilidade e transparência, a fim de reduzir a pegada no mercado mundial de empresas "opacas" controladas pela China e presentes em toda a cadeia de abastecimento.

"A janela de oportunidade para resolver este problema ainda está aberta, mas é muito, muito pequena", advertiu Abigail Hunter, que instou os países do G7 a agirem rapidamente.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2880081/g7-lanca-alianca-para-combater-dominio-da-china-sobre-minerais-criticos#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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