Funcionário do Eliseu rouba 40.000€ em objetos para vender na Vinted
- 21/12/2025
Um funcionário do Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente de França, roubou porcelanas e utensílios de mesa valiosos, avaliados em cerca de 40 mil euros, para vender em sites como a Vinted. A situação foi denunciada pelo chefe de serviços do palácio, localizado na capital francesa, que alertou as autoridades para o desaparecimento dos objetos, alguns considerados património nacional.
Segundo a Reuters, os procuradores revelaram que o responsável pelos talheres, Thomas M., e o seu parceiro, Damien G., foram detidos na terça-feira sob suspeita de furto. Outro homem, Ghislain M., foi detido sob suspeita de receptação. Os nomes completos não foram divulgados devido às leis de privacidade francesas.
A maioria das peças veio da Fábrica de Sèvres, em Paris, famosa pela porcelana e que pertence ao Estado francês desde 1759. As autoridades começaram a interrogar os funcionários da residência oficial, depois de alguns artigos serem reconhecidos nos sites em que estavam a ser revendidos.
O funcionário em causa estava encarregado do armazenamento de utensílios de mesa, como talheres, por exemplo, usados pelos convidados, sejam presidentes, membros da realeza ou outras autoridades. Segundo a polícia francesa, os registos feitos pelo funcionário agora detido indicavam que estava a planear mais roubos.
A conta do homem na Vinted incluía um prato com a inscrição "Força Aérea Francesa" e cinzeiros com a marca "Manufatura de Sèvres", que não estão, por norma, disponíveis para o público em geral.
Os cerca de 100 objetos recuperados foram localizados na casa do suspeito, no seu carro e também no seu cacifo do trabalho. Para além da porcelana Sèvres, havia também uma estátua de René Lalique, taças de champanhe Baccarat e panelas de cobre.
O trio, colocado sob supervisão policial, está proibido de ter contacto entre si, bem como de frequentar leilões. Vão a julgamento a 26 de fevereiro.
Assalto ao Louvre
Note-se que estes furtos acontecem dois meses depois de Paris ter estado sob os holofotes pelo assalto no Museu do Louvre, a 19 de outubro. Nesse caso, o grupo levou oito joias do século XIX, avaliadas em 88 milhões de euros, incluindo a tiara da imperatriz Eugénia, mulher de Napoleão III, incrustada com cerca de 2.000 diamantes e o crime decorreu em plena luz do dia.
Os quatro membros do comando que cometeu o roubo foram detidos, mas as joias e os autores morais do crime continuam desaparecidos.
As investigações sobre este assalto revelaram falhas que eram evitáveis, com uma investigação, ordenada pelo Ministério da Cultura francês, ainda esta semana, a indicar que só uma das duas câmaras de segurança estava a funcionar, perto do local usado pelos intrusos para invadir o museu.
Além disso, os agentes na sala de controlo de segurança não tinham ecrãs suficientes para acompanhar as imagens em tempo real e a falta de coordenação fez com que a polícia fosse inicialmente enviada para o local errado assim que o alarme foi disparado.
"Isso destaca uma falha geral do museu, bem como da sua autoridade supervisora, em lidar com questões de segurança", destacou o presidente da Comissão de Cultura do Senado francês, Laurent Lafon, na quarta-feira.















