Europol identifica mais de 650 mercenários russos acusados de crimes de guerra

  • 31/10/2025

A operação, levada a cabo pelas polícias moldava e ucraniana com o apoio da Equipa Central de Crimes Internacionais da Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial), permitiu reconstruir parte das redes de recrutamento e de comando dos dois grupos, que também estiveram presentes noutros conflitos, como o da República Democrática do Congo.

 

Os suspeitos incluem cidadãos da Ucrânia, Moldova, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Turquemenistão, Azerbaijão, Arménia e Bósnia-Herzegovina, indicou ainda a agência europeia.

A operação incluiu 70 buscas domiciliárias na Moldova e na Ucrânia, onde as autoridades apreenderam armas de fogo, munições, uniformes, insígnias com símbolos do grupo Wagner e equipamento eletrónico, bem como material audiovisual que mostra o envolvimento de cidadãos moldavos e ucranianos em operações de combate tanto na Ucrânia como na República Democrática do Congo.

Durante a investigação, a polícia ucraniana divulgou os nomes de 280 estrangeiros suspeitos de terem participado em operações armadas sob as ordens de empresas mercenárias russas.

Com base nas informações recolhidas, os investigadores conseguiram localizar centros de recrutamento e de formação, identificar estruturas de comando e documentar numerosos crimes de guerra, incluindo ataques a cidades ucranianas, a utilização de armamento proibido e execuções sumárias de prisioneiros de guerra.

Até à data, 11 cidadãos ucranianos foram acusados de alta traição por terem ingressado nos grupos Wagner e Redut, que operam há anos em várias zonas internacionais com o apoio do Kremlin (presidência russa), embora o Governo russo negue qualquer ligação oficial.

A agência europeia recordou que tem acordos de cooperação com a Ucrânia e a Moldova desde 2017 e 2014, respetivamente, que permitem a troca de informações e a coordenação de operações no domínio da segurança europeia e a repressão de crimes internacionais.

Segundo a Europol, a investigação ainda está em curso e visa identificar os responsáveis diretos pelas atrocidades cometidas na frente ucraniana, bem como rastrear as redes logísticas e financeiras que apoiam as operações dos grupos mercenários russos na região.

Uma das empresas militares visadas nesta operação, o grupo Wagner, ficou totalmente sob o controlo do Governo russo após a morte do seu líder, Evgeny Prigozhin em 2023.

O grupo foi desmantelado depois de Prighozin ter liderado em junho de 2023 uma revolta em que reuniu os seus mercenários com o objetivo de marchar até Moscovo.

Embora tenha sido desmantelado, no continente africano o grupo foi substituído pelo chamado 'Africa Corps', mantendo as suas tropas e respondendo diretamente ao Kremlin.

Na Ucrânia, os mercenários foram acusados por diversas vezes de crimes de guerra.

Já o Redut é outro grupo de mercenários que recruta sobretudo ex-militares russos para as suas fileiras e faz parte das organizações militares alvos de sanções por parte da União Europeia.

[Notícia atualizada às 15h35]

Leia Também: Morreram três mercenários argentinos que combatiam na Ucrânia

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2880498/europol-identifica-mais-de-650-mercenarios-russos-acusados-de-crimes-de-guerra#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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